Congresso dos EUA enfrenta série de desafios sobre financiamento, impeachment e ajuda externa
Publicada em
Por David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O Congresso dos Estados Unidos entra em uma nova semana de caos político nesta segunda-feira, à medida que os parlamentares buscam evitar uma paralisação parcial do governo em apenas cinco dias e se encaminham para o julgamento da principal autoridade de fronteira do governo do presidente Joe Biden.
A Câmara dos Deputados, de maioria republicana, também está tentando encontrar um caminho para ajudar os aliados Ucrânia, Israel e Taiwan, e planeja ouvir o depoimento a portas fechadas de Hunter Biden, filho do presidente, em uma investigação de impeachment que até agora não conseguiu encontrar evidências de irregularidades por parte do mandatário.
O Congresso tem se caracterizado pelos atritos e prioridades confusas dos republicanos ao longo do último ano, ainda mais desde que o candidato republicano à Presidência, Donald Trump, minou um acordo bipartidário sobre a fronteira no Senado e agora deseja que a ajuda dos EUA a seus aliados seja estendida como empréstimos.
Quase dois meses se passaram desde que o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, concordaram com um nível de gastos discricionários de 1,59 trilhão de dólares para o ano fiscal que começou em 1º de outubro.
Desde então, o Congresso não conseguiu dar continuidade à legislação detalhada que colocaria esse acordo em vigor.
Essa disfunção ofuscou as disputas partidárias entre republicanos e democratas, com os membros linha-dura agora formando seu próprio partido de oposição dentro das fileiras republicanas.
As principais agências de recomendação de risco afirmam que a repetição das disputas está afetando a capacidade de crédito de um país cuja dívida ultrapassou 34 trilhões de dólares.
No mais recente sinal de uma maioria republicana ingovernável na Câmara, alguns membros extremistas estão ameaçando destituir Johnson do cargo de presidente da Câmara caso o líder permita a votação do projeto de lei de ajuda externa de 95 bilhões de dólares que foi aprovado no Senado com apoio bipartidário.
Em outra frente, a Casa Branca tem intensificado os ataques pessoais a Johnson por bloquear projetos de lei apoiados por Biden.
A tarefa mais urgente do Congresso é evitar uma paralisação parcial quando o financiamento expirar à meia-noite de sexta-feira.
Atualmente, os parlamentares não têm um plano para evitar que isso aconteça. Schumer disse no domingo que os republicanos precisam de mais tempo para 'se organizarem', enquanto Johnson acusou os democratas de imporem novas exigências.
Para complicar ainda mais, os senadores devem ser empossados como jurados para o julgamento do secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, que a Câmara destituiu, em uma votação apertada em linhas partidárias, em 13 de fevereiro, sob a acusação de que ele não aplicou as leis de imigração e fez declarações falsas ao Congresso.
Para evitar uma paralisação, Schumer pode precisar do consentimento unânime dos senadores, incluindo republicanos radicais, se a Câmara decidir sobre o financiamento antes do prazo final de sexta-feira.
A falta de tempo tem levado à especulação de que os parlamentares poderiam optar por uma legislação provisória de curto prazo para manter as agências federais funcionando enquanto o Congresso atua. Johnson e outros republicanos se opõem a uma medida de curto prazo, mas as circunstâncias podem se sobrepor.
Escrito por Reuters
SALA DE BATE PAPO