Conteúdo gerado por IA aumenta riscos de mais fugas de bancos, mostra estudo britânico
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Por Elizabeth Howcroft
PARIS (Reuters) - Notícias falsas geradas por inteligência artificial (IA) e disseminadas nas redes sociais estão aumentando os riscos de fugas de bancos, de acordo com um novo estudo britânico que afirma que instituições financeiras precisam melhorar o monitoramento para detectar quando a desinformação pode afetar o comportamento dos clientes.
A IA generativa pode ser usada para criar notícias falsas dizendo que o dinheiro do cliente não está seguro, ou memes que parecem brincar sobre questões de segurança, que podem ser espalhados nas redes sociais por meio de anúncios pagos, afirma o estudo, publicado pela empresa de pesquisa britânica Say No to Disinfo e pela empresa de comunicações Fenimore Harper.
Bancos e órgãos reguladores estão cada vez mais preocupados com os riscos de fugas de bancos alimentadas pelas mídias sociais, após o colapso do Silicon Valley Bank em 2023, no qual depositantes retiraram US$42 bilhões em 24 horas.
Os avanços na tecnologia aumentaram esses riscos. O Conselho de Estabilidade Financeira do G20 alertou em novembro que a IA generativa 'pode permitir que agentes mal-intencionados gerem e espalhem desinformação que cause crises agudas'.
O Say No to Disinfo mostrou um exemplo de conteúdo gerado por IA a clientes de bancos do Reino Unido e descobriu que um terço deles estava 'extremamente propenso' a movimentar seu dinheiro depois de vê-lo, e outros 27% estavam 'um pouco propensos'.
'Como a IA está tornando as campanhas de desinformação mais fáceis, mais baratas, mais rápidas e mais eficazes do que nunca, o risco emergente para o setor financeiro está crescendo rapidamente, mas muitas vezes é ignorado', disse o relatório, observando que os serviços bancários online e móveis significam que as pessoas podem movimentar dinheiro em segundos.
O estudo estimou que, para cada 10 libras (US$12,48) gastas em anúncios nas redes sociais para amplificar o conteúdo falso, até 1 milhão de libras podem ser movimentadas por clientes.
A estimativa foi calculada utilizando a média de depósitos mantidos por clientes do Reino Unido, o custo dos anúncios em redes sociais e estimativas de quantas pessoas os veriam.
Os bancos precisam monitorar as menções na mídia e nas redes sociais, e esse monitoramento deve ser integrado aos sistemas de monitoramento de saques para identificar quando informações maliciosas estão afetando o comportamento do cliente, disseram os pesquisadores.
Escrito por Reuters