Coreia do Norte afirma ter lançado com sucesso primeiro satélite espião
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Por Soo-hyang Choi e Chang-Ran Kim
SEUL/TÓQUIO (Reuters) - A Coreia do Norte colocou com sucesso em órbita seu primeiro satélite espião, nesta terça-feira, disse sua agência espacial, desafiando a condenação internacional dos Estados Unidos e seus aliados.
Autoridades da Coreia do Sul e do Japão, que primeiro relataram o lançamento, disseram que não poderiam verificar imediatamente se um satélite foi colocado em órbita.
A Coreia do Norte já havia notificado o Japão de que planejava enviar um satélite entre quarta-feira e 1º de dezembro, após duas tentativas fracassadas de lançar neste ano o que chamou de satélites espiões.
Citando a Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial da Coreia do Norte, a agência de notícias estatal KCNA informou que o satélite foi lançado da instalação de lançamento de satélites de Sohae às 22h42 (10h42 de Brasília) e entrou em órbita às 22h54 (10h54).
A agência espacial enviará vários satélites espiões num futuro próximo para continuar a garantir capacidades de vigilância sobre a Coreia do Sul e outras regiões de interesse para as Forças Armadas da Coreia do Norte, informou a KCNA.
O lançamento de terça-feira seria o primeiro desde que o líder norte-coreano, Kim Jong Un, se encontrou com Vladimir Putin nas modernas instalações espaciais da Rússia, em setembro, para uma cúpula em que o presidente russo prometeu ajudar Pyongyang a construir satélites.
Autoridades sul-coreanas disseram que a mais recente tentativa de lançamento provavelmente incorporou assistência técnica de Moscou como parte de uma parceria crescente que fez com que a Coreia do Norte enviasse milhões de projéteis de artilharia para a Rússia. A Rússia e a Coreia do Norte negaram tais acordos de armas, mas prometem publicamente uma cooperação mais profunda.
“O lançamento é outra violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, disse o vice-embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Robert Wood.
O governo japonês emitiu um alerta de emergência para que os residentes do sul se protegessem da possível ameaça de um míssil norte-coreano.
Por meio de seu sistema de transmissão de emergência, o governo japonês disse aos moradores de Okinawa para se abrigarem dentro de edifícios ou no subsolo. Segundo a emissora pública NHK, uma fonte do Ministério da Defesa japonês disse que o míssil provavelmente seria um satélite.
Posteriormente, afirmou que o míssil parecia ter sobrevoado e passado por Okinawa em direção ao Oceano Pacífico por volta das 22h55 no horário local e suspendeu o aviso de emergência.
A mídia estatal norte-coreana KCNA informou na terça-feira que era 'direito soberano' do país fortalecer seu poder militar contra o sistema de vigilância espacial liderado pelos Estados Unidos.
Em breves comentários aos repórteres ao chegar ao gabinete, o primeiro-ministro Fumio Kishida, do Japão, repetiu que o lançamento da Coreia do Norte era uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma ameaça à segurança dos cidadãos japoneses.
'Apresentamos um protesto severo e condenamos a Coreia do Norte nos termos mais fortes', afirmou ele.
(Reportagem de Chang-Ran Kim e Sakura Murakami em Tóquio e Jack Kim, Soo-hyang Choi e Josh Smith em Seul)
Escrito por Reuters
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