Corpo de Navalny será enterrado na 6ª, esposa teme possíveis prisões
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Por Andrew Osborn e Mark Trevelyan
(Reuters) - O serviço fúnebre e o enterro do político da oposição russa Alexei Navalny serão realizados em Moscou na sexta-feira, disse sua porta-voz, mas aliados acusaram o Kremlin de frustrar suas tentativas de organizar um evento maior um dia antes.
Kira Yarmysh, sua porta-voz, postou no X que uma cerimônia para Navalny será realizada na sexta-feira às 14h (8h de Brasília) na Igreja do Ícone da Mãe de Deus no distrito de Maryino, em Moscou, onde Navalny morava.
O corpo de Navalny será então enterrado no cemitério Borisovskoye, localizado do outro lado do rio Moskva, ao sul, disse Yarmysh.
Esses eventos, presididos por um padre e acompanhados por coral, geralmente permitem que as pessoas passem pelo caixão aberto do falecido para se despedir. A igreja ortodoxa russa escolhida é um imponente edifício branco em um subúrbio construído no sudeste de Moscou.
Não ficou imediatamente claro como as autoridades garantiriam o controle da multidão.
Mas, a julgar por reuniões anteriores de partidários de Navalny - que as autoridades designaram como extremistas apoiados pelos Estados Unidos -, é provável que haja uma forte presença policial e que as autoridades interrompam qualquer coisa que considerem semelhante a uma manifestação política de acordo com as leis de protesto.
'O funeral será realizado depois de amanhã e ainda não tenho certeza se será pacífico ou se a polícia prenderá aqueles que forem se despedir do meu marido', disse a esposa de Navalny, Yulia, em um discurso no Parlamento Europeu em Estrasburgo, onde foi aplaudida de pé várias vezes.
Navalny, de 47 anos, morreu em uma colônia penal no Ártico em 16 de fevereiro. Seus aliados acusaram o presidente Vladimir Putin de tê-lo assassinado porque o líder russo supostamente não tolerava a ideia de Navalny ser libertado em uma possível troca de prisioneiros.
Eles não publicaram provas para sustentar essa acusação, mas prometeram explicar como ele foi assassinado e por quem.
O Kremlin negou envolvimento do Estado em sua morte e disse que não tinha conhecimento de nenhum acordo para libertar Navalny antes da morte.
ACUSAÇÕES
O atestado de óbito de Navalny, de acordo com seus apoiadores, diz que ele morreu de causas naturais.
A mãe dele, na semana passada, acusou as autoridades de tentar chantageá-la para que realizasse um funeral particular para seu filho, inicialmente retendo seu corpo, uma afirmação que o Kremlin chamou de absurda.
Yulia Navalnaya declarou aos parlamentares europeus em Estrasburgo: 'Putin matou meu marido'.
'Sob suas ordens, Alexei foi torturado por três anos. Ele passou fome em uma minúscula cela de pedra, foi isolado do mundo exterior e não recebeu visitas, telefonemas e nem mesmo cartas', disse ela.
'E então eles o mataram. Mesmo depois disso, eles abusaram de seu corpo e de sua mãe.'
Nos 12 dias que se seguiram à morte do marido, Navalnaya reivindicou a liderança da oposição fragmentada da Rússia, dizendo que dará continuidade ao trabalho dele.
(Reportagem de Andrew Osborn, Filipp Lebedev, Mark Trevelyan e John Davison)
Escrito por Reuters
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