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Crescimento econômico de 2% a 3% no longo prazo não seria suficiente para Brasil, diz BlackRock

Placeholder - loading - Logo da BlackRock no prédio da empresa em Nova York 25/05/2021 REUTERS/Carlo Allegri
Logo da BlackRock no prédio da empresa em Nova York 25/05/2021 REUTERS/Carlo Allegri

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SÃO PAULO (Reuters) - A projeção de crescimento entre 2% a 3% para a economia brasileira e outros países latino-americanos no longo prazo não é suficiente para atender às necessidades de investimento da região, disse o estrategista-chefe de investimentos da BlackRock para a América Latina, Axel Christensen, nesta terça-feira.

'Se você olhar para projeções de longo prazo, sejam nossas, de bancos de investimento ou multilaterais, o crescimento de longo prazo para a região e para o Brasil gira em torno de 2%, no máximo 3%', disse. 'Isso não é um crescimento suficiente para atender às demandas sociais e às necessidades de investimento.'

Em comentários feitos durante apresentação das perspectivas de mercado da BlackRock para 2024, o estrategista disse que esse é um momento importante para identificar os riscos de estagnação econômica e o que os países podem fazer em relação a isso.

'Eventualmente, as taxas de juros no Brasil, na verdade, na economia global, devem se normalizar. Elas devem atingir um nível em que não sejam nem restritivas, nem estimulantes. E a pergunta é: como será o crescimento no Brasil ou em outros países da região quando retirarmos o fator taxa de juros da equação?'

'Estamos chegando à conclusão de que ... o crescimento de longo prazo da região, incluindo, claro, o Brasil, é menor do que o esperado. É inferior ao crescimento necessário para que esses países atendam a muitas das demandas sociais, muitos dos requisitos de investimento em infraestrutura.'

No Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou expansão de 0,1% no terceiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, contra expectativa de economistas em pesquisa da Reuters de uma queda de 0,2%.

O estrategista acrescentou, no entanto, que vê potencial no país para atrair investimentos estrangeiros em 2024 e que, à medida que os juros recuarem, os projetos no Brasil devem se tornar mais viáveis e atrativos.

Afirmou também que a BlackRock tem observado uma série de oportunidades de longo prazo na América Latina, incluindo o crescimento do setor de serviços financeiros, tecnologia e as conversas comerciais com a Europa, sejam elas conduzidas diretamente pelo Brasil ou por meio do Mercosul.

PERSPECTIVA GLOBAL E DE MERCADOS EMERGENTES

Globalmente, o estrategista disse que 2024 será o ano mais politicamente ativo, dado o número de pessoas em todo o mundo que irão às urnas votar, como na Rússia, nos Estados Unidos e no México, potencialmente impactando na percepção de risco.

'Questões como gastos fiscais, governo, acreditamos que devem ocupar um lugar importante nas discussões durante o ciclo eleitoral do próximo ano, afetando não apenas os países que passarão por eleições, mas também se expandindo para afetar países que não estão necessariamente em eleições.'

Em relação a mercados emergentes, o relatório da BlackRock traz posição neutra para a região, com preferência da dívida de mercados emergentes em vez de ações.

'Observamos um crescimento em uma trajetória mais fraca e vemos apenas estímulos políticos limitados da China', afirma o relatório.

Christensen acrescentou que entender as particularidades macroeconômicas de cada país será fundamental e que, portanto, 'manter o foco, ser seletivo, será muito importante'.

O relatório traz alocação 'overweight' para moeda forte de mercados emergentes devido a yields mais elevados, e 'neutro' em relação a moeda local de mercados emergentes.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

Escrito por Reuters

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