Cuba adia plano impopular de aumento da tarifa de transporte público
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Por Dave Sherwood e Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Cuba anunciou nesta quinta-feira que vai desistir de uma proposta impopular de aumentar a tarifa do transporte público, alterando um plano recentemente anunciado de subir os preços na ilha, cuja economia é altamente controlada pelo Estado.
O anúncio foi feito um dia depois de o governo comunista ter adiado outro polêmico aumento de cinco vezes do preço da gasolina, planejado para 1º de fevereiro, dizendo que um ataque cibernético ocorrido fora do país atrapalhou a implementação da proposta.
“Já que o preço do combustível permanece o mesmo, os preços do transporte (público) serão mantidos”, disse na quinta-feira à emissora de televisão estatal Walter Luis Duvergel, diretor da Viajero, uma das empresas públicas de transporte da ilha.
Autoridades do Ministério dos Transportes planejaram aumentos nas tarifas públicas de ônibus, avião e trem para o dia 1º de março, mas agora afirmaram que os reajustes serão adiados até novo aviso.
Os atrasos prejudicam o amplo plano de aumentos que o governo afirmou ser necessário para controlar o crescente déficit fiscal. Críticos disseram que as medidas são inflacionárias, inoportunas e ocorrem sem contrapartidas para incentivar a produção nacional, que enfrenta problemas.
Os aumentos, inicialmente anunciados em dezembro e no começo de janeiro, sacudiram o país, onde os moradores há tempos dependem de um vasto programa de subsídios para alimentos, combustíveis e medicamentos.
Muitos cubanos, que já enfrentam dificuldades financeiras em meio a uma grave crise econômica e a escassez generalizada de produtos, respiraram aliviados com o adiamento dos aumentos.
“É o mínimo (que podiam fazer)”, afirmou Ismaray Guevara, uma moradora de Havana, de 38 anos, que se preparava para uma corrida de táxi nesta sexta. “Espero que (os preços) fiquem onde estão, porque nossos salários realmente não são suficientes para nada.”
O governo também anunciou para os próximos meses aumentos para o gás liquefeito, usado para cozinhar, e da energia elétrica para os consumidores mais ricos, prometendo proteção aos vulneráveis.
(Reportagem adicional de Alien Fernandez)
Escrito por Reuters
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