Depois de duas semanas de apagão, Bolsonaro irá ao Amapá no sábado
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Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de 16 dias de apagão no Amapá, o presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quinta-feira que fará uma visita ao Estado no próximo sábado, depois de ser chamado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou o Palácio do Planalto.
Em reunião entre Bolsonaro, Alcolumbre e a equipe econômica ficou acertado que o governo tentará fechar uma proposta de ajuda às famílias atingidas pelo apagão na sexta-feira para que o presidente possa apresentar no dia da visita.
Uma decisão judicial determinou que o governo pague duas parcelas de 600 reais, dentro do auxílio emergencial, a famílias de baixa renda do Estado prejudicadas pela apagão, mas o governo decidiu recorrer.
Em ação pedindo a suspensão da sentença, a Advocacia Geral da União (AGU) alega que a decisão exigia a criação de um novo auxílio emergencial apenas para o Amapá e feria não apenas a separação funcional de Poderes, ao criar uma obrigação que a União teria de cumprir, como traz 'grave lesão à ordem econômica' ao criar despesa não prevista no orçamento.
A equipe econômica estuda outras alternativas, como a declaração de estado de calamidade e a liberação de FGTS ou pagamento de parcelas de seguro-desemprego. De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters não há ainda uma definição.
A decisão de Bolsonaro ir ao Amapá apenas depois de mais de duas semanas da crise no Estado veio depois da reunião com Alcolumbre em que o senador pediu ao presidente que visse pessoalmente a situação no Estado.
O Amapá está desde o dia 3 deste mês com fornecimento intermitente de energia, depois que um incêndio derrubou a subestação de energia. Nos primeiros quatro dias, o Amapá ficou totalmente sem energia.
Apenas no dia 7 o governo federal começou o envio de geradores ao Estado, o que recuperou a energia em 80% dos municípios, mas apenas por algumas horas por dia, em rodízio. Na quarta-feira, o Amapá passou por mais um apagão.
Até a reunião com Alcolumbre, Bolsonaro havia mencionado a crise algumas vezes, mas não tinha demonstrado interesse em visitar o Estado.
(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)
Escrito por Reuters
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