Diante de recuo da Covid-19, UE almeja liberar fronteiras no verão
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Por Philip Blenkinsop e Kate Abnett
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia pressionou nesta quarta-feira por uma reabertura segura das fronteiras, mas insistiu em medidas de segurança, como o uso de máscaras em aviões, para tentar socorrer o combalido setor turístico durante a lucrativa temporada de verão agora que as infecções de coronavírus estão diminuindo.
Museus, praias e praças estão vazios devido a uma proibição de viagens de âmbito quase continental desde meados de março, o que acabou com empregos, pulverizou os setores aéreo e de hospedagem e minou o tão valorizado princípio de liberdade de circulação da Europa.
Embora receoso de novas ondas de Covid-19, o Executivo da UE quer liberar tanto quanto possível as viagens para a temporada de junho a agosto, que normalmente rende 150 bilhões de euros.
Suas propostas não são de adoção obrigatória, e a maioria dos governos europeus está seguindo em frente com seus próprios planos específicos em velocidades diferentes, dependendo das circunstâncias nacionais. Alguns também estão incentivando intensamente mais turismo doméstico.
Para tentar domar o caos, nesta quarta-feira a Comissão Europeia pediu a volta da 'liberdade de circulação irrestrita' – se o quadro de saúde permitir.
'O turismo doméstico e intra-UE prevalecerá no curto prazo', disse a Comissão, já que as viagens de fora do bloco por razões não essenciais, como férias, provavelmente continuarão interditadas por mais tempo.
Empresas aéreas e aeroportos precisam insistir para que os passageiros usem máscaras, limitar os riscos de contágio e reorganizar check-ins, traslado de passageiros e coleta de bagagens para evitar aglomerações, disseram as propostas do bloco. Elas dizem que não existe necessidade de deixar o assento do meio vazio nos aviões, outra medida que foi debatida.
O distanciamento social será necessário em navios de cruzeiro, trens e outros meios de transporte público, de acordo com o esboço.
'Nossos pensamentos, acho, agora estão se voltando para o verão e talvez até mais além, e para os locais que amamos visitar', disse Margrethe Vestager, uma das várias vice-comissárias do Executivo da UE, ao apresentar as propostas.
'Isto significa adotar medidas graduais e cuidadosas para ajudar a retomar as viagens alinhados ao que a ciência nos diz... precisamos abrir as fronteiras dentro da Europa cuidadosamente'.
A Comissão também quer que os cupons para viagens ou voos cancelados sejam válidos por ao menos um ano, com proteções contra falências, para que as pessoas os aceitem ao invés de exigirem reembolsos de linhas aéreas e agências de viagem com pouco dinheiro.
(Por Robin Emmott, Foo Yun Chee, Kate Abnett, Marine Strauss, Philip Blenkinsop, Gabriela Baczynska em Bruxelas; Maria Sheahan em Berlim; François Murphy em Viena)
Escrito por Reuters
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