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Diretor da PF diz que houve tentativa de matar ministros do STF em explosão

Placeholder - loading - Carro do IML em frente ao STF em Brasília após ataque a bomba 14/11/2024. REUTERS/Ton Molina
Carro do IML em frente ao STF em Brasília após ataque a bomba 14/11/2024. REUTERS/Ton Molina

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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) -O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira que as explosões nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite da véspera foram uma tentativa de matar ministros da corte, e disse ver uma possível ligação do autor do ataque com os atos antidemocráticos às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Falando em entrevista coletiva na sede da PF em Brasília, o diretor-geral afirmou que o inquérito sobre a explosão foi encaminhado ao STF em razão de hipóteses de atentado violento contra o estado de direito e de ato terrorista.

De acordo com Rodrigues, um áudio da ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque que morreu no ato, é categórico ao afirmar que o alvo era o ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Segundo relatos de familiares, (o autor) estava em Brasília no começo de 2023. Ainda é cedo dizer se houve participação direta ou não nos atos do 8 de janeiro, isso a investigação apontará, mas essa pessoa estava aqui no começo do ano, e hoje na residência em Ceilândia havia uma mensagem escrita nas paredes fazendo menção a um ato de pichação que foi feito no 8 de janeiro”, disse.

“Isso mostra essa vinculação desses grupos radicais que culminam nessa barbárie que aconteceu ontem, na tentativa de matar ministros da Suprema Corte, e também que culminou nesse lamentável episódio do suicídio dessa pessoa.”

Mais cedo, o próprio ministro afirmou que o homem que explodiu as bombas pretendia ingressar no edifício do STF e detonar os artefatos explosivos nas dependências do Supremo, sendo barrado pela segurança.

As duas explosões ocorreram no início da noite na Praça dos Três Poderes, uma perto da entrada do STF e outra em um carro parado em um estacionamento da Câmara dos Deputados. O autor do ataque, de 59 anos, morreu no local devido à própria explosão. Segundo a PF, ele estava em Brasília há cerca de quatro meses, o que indica uma longa preparação prévia para o ataque, de acordo com as investigações.

O homem era filiado ao PL -- partido do ex-presidente Jair Bolsonaro -- tendo sido candidato a vereador na cidade catarinense de Rio do Sul na eleição municipal de 2020, segundo registros da Justiça Eleitoral.

Segundo a PF, foram encontrados um detonador ao lado do corpo e explosivos em um carro e um trailer nos arredores, além de um celular e uma caixa, que ainda passavam por análise.

A PF também foi a uma residência alugada por Luiz em Ceilândia, no entorno do Plano Piloto de Brasília. Um robô foi usado para analisar o espaço e houve uma “explosão gravíssima” durante a abertura de uma gaveta, que poderia ter matado policiais, segundo Rodrigues.

Ao afirmar que grupos extremistas estão ativos no país, Rodrigues disse ter recebido relato de novos e-mails com ameaças a ministros do STF, mas não soube precisar se o envio das mensagens foi feito após o ataque.

Ele afirmou que os indícios apontam para um planejamento sofisticado e de longo prazo para a realização do ataque, ponderando ainda ser cedo para afirmar se o autor agiu sozinho ou com ajuda de outras pessoas.

O diretor-geral da PF afirmou que esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o ocorrido para informar sobre as ações da PF e acrescentou que a organização para o evento do G20 com chefes de Estado no Rio de Janeiro nos próximos dias terá ações para “garantia absoluta da segurança”.

'Nós já trabalhamos com o nível de segurança mais elevado possível, pelo nível das autoridades estrangeiras que aqui estarão... Todo episódio sempre traz alertas, em que pese a gente estar nesse nível elevadíssimo de alerta, estaremos cada vez mais atuantes e com o planejamento repassado, estou indo hoje à tarde ao Rio de Janeiro, onde pessoalmente vou acompanhar todas as ações', afirmou.

(Por Bernardo CaramEdição de Pedro Fonseca)

Escrito por Reuters

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