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Divisões sobre aborto na Itália se acentuam sob liderança de Meloni

Placeholder - loading - Música italiana Linda Feki durante entrevista à Reuters sobre sua experiência com aborto 12/07/2024 REUTERS/Claudia Greco
Música italiana Linda Feki durante entrevista à Reuters sobre sua experiência com aborto 12/07/2024 REUTERS/Claudia Greco
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Por Alvise Armellini e Claudia Cristoferi e Yesim Dikmen

ROMA/NÁPOLES (Reuters) - Com Giorgia Meloni, a Itália tem provavelmente a primeira-ministra mais abertamente contrária ao aborto na Europa Ocidental, mas interromper a gravidez no país de maioria católica que abriga o Vaticano nunca foi fácil.

Quando Linda Feki, uma cantora e musicista de 33 anos de Nápoles, publicou seu relato sobre o estigma e o abuso sofrido ao se submeter ao procedimento, recebeu mensagens sinceras de apoio de muitas mulheres italianas que se identificaram com sua experiência.

Ela também recebeu críticas e insultos, refletindo a intensificação das divisões nacionais sobre os direitos reprodutivos sob a liderança de Meloni.

'Decidi tornar minha história pública... porque tenho um perfil público, então talvez minha voz pudesse ressoar mais. Senti uma espécie de responsabilidade como cidadã, mas também como artista, de transmitir a mensagem de que o aborto é um direito', disse ela à Reuters.

Os abortos na Itália são legais nos primeiros três meses e, além disso, quando a saúde mental ou física da mãe está seriamente ameaçada. Mas obstáculos burocráticos, culturais e práticos atrapalham.

Cerca de 63% dos ginecologistas da Itália fazem parte da equipe médica oficialmente conhecida como 'objetores de consciência', recusando-se a participar de abortos por motivos éticos, segundo dados do Ministério da Saúde. O número sobe para mais de 80% em partes do sul do país.

Feki disse que foi primeiro ao hospital San Paolo, em Nápoles, onde um ginecologista questionou se ela realmente queria abortar e insistiu que sua gravidez estava em um estágio mais avançado do que seria possível, considerando a última vez que ela viu seu parceiro de longa distância.

Quando questionado, o médico insinuou que ela poderia ter dormido com outras pessoas, disse Feki, acrescentando que um exame posterior feito por um ginecologista particular confirmou que a gravidez estava em um estágio anterior.

O Dr. Luigi Terracciano, chefe de Ginecologia e Obstetrícia do San Paolo, disse que lamentava saber que Feki havia tido uma experiência ruim. 'É meu desejo e interesse encontrá-la e esclarecer a situação, se ela também quiser', disse ele à Reuters.

MAIS CUIDADO NA PRÓXIMA VEZ

Feki então recorreu ao hospital Cardarelli, onde disse que os medicamentos pré-cirúrgicos lhe causaram dor intensa, mas ninguém ofereceu analgésicos, e que após a cirurgia uma enfermeira 'objetora de consciência' inicialmente se recusou a responder a um pedido de ajuda.

Ela fez o procedimento em 4 de março, o dia em que a vizinha França tornou o aborto um direito constitucional.

No Instagram, ela escreveu que achou 'desolador' ser repreendida sobre sua gravidez pelo cirurgião e pelas enfermeiras 'imediatamente após a cirurgia'.

'Não deve haver julgamento sobre uma escolha que é nosso direito', disse ela à Reuters.

Um porta-voz do Cardarelli disse que o feedback de Feki foi bem-vindo, acrescentando que havia possíveis margens de melhoria nos serviços de atendimento ao paciente. Ele disse que estava em contato com o artista para discutir o assunto, o que Feki confirmou.

BATALHAS CULTURAIS

Meloni, 47 anos, é a primeira mulher primeira-ministra da Itália, liderando um governo conservador desde 2022. Em sua autobiografia best-seller, 'Io sono Giorgia. Le mie radici le mie idee' (Eu Sou Giorgia. Minhas Raízes, Minhas Ideias, em tradução livre), ela disse que nasceu após uma decisão tardia de sua mãe solteira de não abortar.

Apesar de ser pessoalmente contrária ao aborto, ela prometeu não mudar ou abolir a lei de 1978 que o legalizou, insistindo, em vez disso, no que ela chama de implementação mais completa da lei, observando que ela também trata da prevenção.

Sua coalizão governista aprovou uma legislação que permite a entrada de grupos que 'apoiam a maternidade' em clínicas de aconselhamento sobre aborto e, recentemente, propôs uma 'renda da maternidade' de 1.000 euros por mês, durante cinco anos, para mulheres grávidas de baixa renda que comparecerem a essas clínicas.

Ao receber os líderes do G7 em junho, Meloni insistiu na remoção de referências à importância do 'aborto seguro e legal' da declaração final. Um de seus ministros disse que ela queria evitar ofender o convidado da cúpula, o papa Francisco, que descreveu o aborto como 'assassinato'.

Os grupos contra o aborto são um lobby importante na Itália, com fortes conexões com vários legisladores da coalizão governista.

Jacopo Coghe, porta-voz de um dos grupos que organizam o comício anual 'Nós escolhemos a vida' em Roma -- ProVita & Famiglia -- disse que as divisões na sociedade se intensificaram.

'O clima mudou, nossos ativistas, especialmente os jovens, estão mais determinados, mas, por outro lado, os incidentes de intolerância contra nós aumentaram, com 10 atos de vandalismo contra nossas instalações nos últimos 4 a 5 anos.'

Ele disse que não esperava que Meloni mudasse a lei do aborto, mas que o objetivo era mudar a opinião pública contra ela para abrir caminho para sua revogação em algum momento.

Nesse meio tempo, ele disse que espera que o governo faça mais para evitar abortos, especialmente em termos de ajudar as mulheres que temem não ter condições financeiras de criar um filho.

Os defensores do direito ao aborto dizem que não há nada de errado em oferecer dinheiro às mulheres grávidas, especialmente se estiverem precisando, mas elas não devem ser expostas ao estigma ou à pressão psicológica.

Francesca Pierazzuoli, psicóloga que supervisiona clínicas de aconselhamento sobre aborto na região metropolitana de Milão, disse que o trabalho delas 'não tem nada a ver' com persuasão e que grupos antiaborto ainda não entraram nas clínicas que ela supervisiona.

Elisabetta Canitano, ginecologista e veterana ativista do direito ao aborto de Roma, disse que aqueles que tentam convencer uma mulher a manter um filho que ela não quer 'não têm ideia do inferno para o qual a estão empurrando, não têm ideia alguma'.

(Reportagem adicional de Fabiano Franchetti e Antonio Denti)

Escrito por Reuters

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EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

Em entrevista exclusiva concedida à repórter Catharina Morais, da Rádio Antena 1, no dia 2 de maio, momentos antes da passagem de som no Tokio Marine Hall, os irmãos Ross Lynch e Rocky Lynch, da banda The Driver Era, abriram o coração sobre a criação de seu mais novo álbum, Obsession, e refletiram sobre os desafios de ser artista na era digital. A conversa aconteceu em São Paulo, poucas horas antes do último show da turnê no Brasil.

“Cada álbum tem uma sensação diferente, com certeza”, disse Ross ao ser perguntado sobre a experiência de lançar o disco enquanto estão na estrada. “A Summer Mixtape teve uma vibe mais solta, como uma brisa do mundo”.

The Driver Era: quem são Ross e Rocky Lynch?

Formada em 2018, The Driver Era é uma dupla norte-americana de pop alternativo e rock contemporâneo, criada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch. Ross ganhou notoriedade na série da Disney Austin & Ally e no filme Teen Beach Movie, além de integrar a antiga banda R5. Desde então, a dupla tem buscado firmar uma identidade sonora própria, apostando na mistura de gêneros e em uma produção 100% autoral.

“Produzir é uma das coisas que mais amamos fazer”, contou Ross. “A gente mesmo produziu tudo. Fizemos praticamente todos os drivers nos nossos álbuns”.

Criação do álbum Obsession: entre o estúdio e a estrada

Obsession, lançado em abril de 2025, é o quarto álbum de estúdio da banda. Com sonoridade intensa e letras autobiográficas, ele representa um momento de amadurecimento artístico. Gravado entre Londres, Califórnia e o estúdio caseiro da dupla, o projeto nasceu em meio à correria da turnê, mas com leveza.

“Obsession surgiu de forma bem orgânica, com histórias reais, inspiradas nas nossas vivências”, explicou Ross.


“Criar música é como a gente se alimenta”, completou Rocky.

Pressão das redes sociais e autenticidade artística

A entrevista também tocou em um tema delicado: o impacto das redes sociais na carreira dos artistas.

“Hoje em dia, todo mundo — e as mães deles também — está postando, postando, postando…”, brincou Rocky.

“Você quer crescer, quer melhorar, e agora isso virou uma métrica tangível. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer música”, reforçou Ross.

Influências musicais: de Peter Gabriel a Michael Jackson

Entre os ídolos citados pelos irmãos estão INXS, Peter Gabriel e Michael Jackson. Apesar da admiração por esses grandes nomes, Ross e Rocky explicam que seu processo criativo evita imitações.

“É como se eu não pudesse repetir algo que alguém já fez. Mesmo sendo fã, me desanima se sinto que estou copiando demais”, desabafou Rocky.

As novas obsessões da The Driver Era

Encerrando a entrevista, os irmãos revelaram suas “obsessões” do momento:

“Tentar me tornar uma pessoa melhor”, disse Rocky sobre a faixa Better.


“Entender por que os seres humanos fazem o que fazem”, compartilhou Ross. “E também… eu gosto de fazer as pessoas felizes”.

Show no Tokio Marine Hall: uma noite de energia, conexão e um pouco de nostalgia

O público paulistano recebeu de braços abertos a banda na Obsession Tour 2025, que passou também pelo Rio de Janeiro. Em São Paulo, a apresentação foi marcada por performances intensas e uma troca genuína com os fãs. Com casa cheia, o Tokio Marine Hall foi tomado por fãs vestindo chapéus de cowboy, uma referência divertida à estética do vocalista Ross.

O setlist trouxe músicas novas e antigas, além de uma surpresa nostálgica com "On My Own", do filme Teen Beach Movie, arrancando lágrimas e gritos do público.

Outros destaques do show incluíram Touch, que abriu a noite, The Weekend, que transformou a casa em pista de dança, e A Kiss, que encerrou o espetáculo com energia lá no alto.

Show inesquecível e fãs encantados

A passagem da The Driver Era pelo Brasil reforçou o vínculo da banda com o público brasileiro. Após duas noites memoráveis no país, fica claro que Ross e Rocky Lynch têm um espaço garantido no coração dos fãs.

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