Dodge garante apoio à Lava Jato e reitera medidas contra invasões cibernéticas
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(Reuters) - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, garantiu apoio aos procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato para darem prosseguimento ao combate à corrupção, e reiterou as medidas tomadas contra invasões de celulares de membros do Ministério Público Federal (MPF), em reunião na sede da Procuradoria-Geral da República, informou a PGR.
Dodge recebeu oito integrantes da Lava Jato do Paraná, inclusive o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, na terça-feira. Dallagnol é um dos integrantes do MPF que tiveram celulares invadidos, dando origem ao vazamento de supostos mensagens que incluem alegadas conversas de procuradores com o então juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro.
'O apoio institucional, financeiro e de pessoal ao combate à corrupção e ao crime organizado, para que a Força-Tarefa Lava Jato cumpra com integridade seus objetivos, continuará, permitindo que o patrimônio público seja preservado e que a honestidade dos administradores prevaleça', disse Dodge, de acordo com nota no site da PGR.
Durante o encontro, a procuradora-geral também relatou aos procuradores medidas adotadas desde que surgiram os primeiros indícios de tentativa de invasão de aplicativos instalados em celulares utilizados por membros do MPF, no início de maio.
Dodge 'lembrou que determinou a instauração de Procedimento Administrativo para apurar o caso e solicitou providências à Polícia Federal, que conduz os inquéritos para apurar os responsáveis pelo crime cibernético e assegurar que todas as medidas administrativas possíveis sejam tomadas no sentido de garantir a segurança da informação', afirmou a PGR.
Supostas mensagens trocadas entre Dallagnol, Moro e outros procuradores da força-tarefa da Lava Jato vêm sendo publicados pelo site Intercept Brasil, que afirma ter recebido de uma fonte anônima um arquivo com milhares de textos, vídeos e áudios das comunicações do grupo. Recentemente, o material foi compartilhado também com o jornal Folha de S.Paulo e a revista Veja.
Os textos publicados até agora indicam o que seria uma participação de Moro nas investigações, com sugestões de ações e até indicações de testemunhas, o que levou a críticas de parcialidade ao juiz e à força-tarefa. Moro e os procuradores negam ter cometido qualquer irregularidade.
Na reunião com Dodge, Dallagnol agradeceu pela oportunidade de reunir todos os integrantes da força-tarefa para 'discutir ao ataques e a divulgação de mensagens atribuídas a integrantes do grupo', de acordo com a PGR, e demonstrou preocupação com o que classificou como uma 'tentativa de atingir o Ministério Público Federal'.
“Temos tranquilidade em relação ao que fizemos. Não ultrapassamos a linha ética. Somos um grupo grande que sempre decidiu em conjunto. Sucessivas pessoas passaram por lá, a atuação era técnica e legítima”, afirmou.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
Escrito por Reuters
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