Dólar salta mais de 2% e volta a se aproximar de R$3,90 com cena externa
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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou mais de 2 por cento e voltou a se aproximar do patamar de 3,90 reais nesta quarta-feira em meio ao ambiente de aversão ao risco no exterior, depois que os Estados Unidos ameaçaram adotar novas tarifas sobre produtos da China, enquanto investidores seguiram atentos a possível atuação extraordinária do Banco Central.
O cenário de maior cautela endossou também um movimento de correção após a moeda norte-americana acumular perdas de quase 3,50 por cento nos dois pregões passados.
O dólar avançou 2,20 por cento, a 3,8811 reais na venda. O dólar futuro subia cerca de 1,65 por cento no final da tarde.
A busca por risco observada nos últimos dias sofre sério revés (em escala global) após (o presidente dos EUA) Donald Trump voltar a engrossar o tom em termos de guerra comercial , apontou a corretora H.Commcor em relatório.
O governo norte-americano elevou as tensões na disputa com Pequim ao ameaçar impor tarifas a uma lista de 200 bilhões de dólares em importações chinesas, medida que atingiu os ativos de maior risco do mundo todo.
Na sequência, a China acusou o país de intimidação e alertou que vai responder, chamando as ações dos EUA de completamente inaceitáveis e dizendo que precisa contra-atacar para proteger seus interesses.
No exterior, o dólar tinha leve alta ante uma cesta de moedas e subia frente algumas moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Difícil prever o desfecho dessas tensões, mas acreditamos que há uma perda de dinamismo global, fluxos de capitais menos intensos, com correção de preços dos ativos e uma possível 'guerra cambial'. Efeito sobre confiança e decisões de investimentos também tende a ser negativo , escreveu a equipe de economistas do banco Bradesco em relatório.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 14 mil swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em agosto, no total de 14,023 bilhões de dólares.
Com isso, rolou o equivalente a 4,9 bilhão de dólares do total que vence no próximo mês. Como tem feito recentemente, o BC não anunciou intervenção extraordinária no mercado de câmbio para este pregão, por enquanto.
(Por Camila Moreira)
Escrito por Thomson Reuters
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