Em dia decisivo, TSE retoma julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível
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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou na manhã desta quinta-feira o julgamento que poderá tornar Jair Bolsonaro inelegível sob a acusação de ter cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ter promovido, quando presidia o país em julho passado, uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar o sistema eletrônico de votação.
Em sua terceira sessão, o julgamento recomeça com o voto do ministro Raul Araújo, o segundo dos sete ministros a votar. A expectativa, segundo uma fonte do TSE, é que todos os ministros votem na sessão desta quinta. Se isso não ocorrer, deve ser convocada uma sessão extraordinária de julgamento na sexta-feira, último dia antes do recesso forense.
Em um duro voto na terça-feira, o relator do processo contra Bolsonaro no TSE, Benedito Gonçalves, votou para condená-lo e impedir que concorra a cargos eletivos até 2030, destacando que a responsabilidade do ex-presidente é inequívoca e que ele buscou minar a credibilidade das eleições brasileiras, em especial o TSE, com ataques, e ainda flertou com o 'golpismo'.
O relator votou ainda para absolver o general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro.
Em vídeo publicado em suas redes sociais na quarta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que aguarda um julgamento justo e espera que o TSE o absolva.
'Até o último segundo eu acredito que o TSE fará um julgamento justo a meu respeito e não me deixará inelegível', afirmou.
Na postagem, o ex-presidente repetiu entrevistas em que defende o voto impresso, proposta que chegou a ser discutida e derrubada pelo Congresso Nacional.
Após os votos de Benedito Gonçalves e Raul Araújo, devem se manifestar os ministros Floriano Marques, André Ramos, Cármen Lúcia, Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
Há ainda a possibilidade de um pedido de vista de algum ministro, mas fontes envolvidas no julgamento relataram à Reuters que a medida poderá ser inócua ante um cenário provavelmente desfavorável ao ex-presidente no TSE.
Em entrevista à Reuters antes do início do julgamento na semana passada, o advogado de Bolsonaro no TSE, Tarcísio Vieira, disse que deverá recorrer até o Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de uma condenação do ex-presidente.
Escrito por Reuters
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