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Em meio à guerra, Putin desvia da Europa e se volta a novos mercados

Placeholder - loading - Vladimir Putin em São Petersburgo  6/6/2024   REUTERS/Anton Vaganov
Vladimir Putin em São Petersburgo 6/6/2024 REUTERS/Anton Vaganov

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Por Guy Faulconbridge e Vladimir Soldatkin

SÃO PETERSBURGO, Rússia (Reuters) - Isolada do Ocidente, a Rússia está apresentando sua economia de 2 trilhões de dólares para gigantes como China e Arábia Saudita e perspectivas de longo prazo como Zimbábue e Afeganistão em seu importante fórum de investimentos em São Petersburgo, que foi fundado pelos czares como uma janela para a Europa.

A guerra na Ucrânia provocou a maior reviravolta nas relações da Rússia com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba, em 1962, e as sanções ocidentais forçaram uma revolução única no século nas relações econômicas da Rússia.

Desde que Pedro, o Grande, lançou as bases do moderno Estado russo e fez de São Petersburgo a capital no início do século 18, os governantes russos têm olhado para o Ocidente como uma fonte de tecnologia, investimento e ideias.

A invasão da Ucrânia em 2022, porém, forçou o presidente Vladimir Putin a se voltar para a Ásia e para o resto do mundo não ocidental em meio ao que o Kremlin diz ser um bloqueio econômico dos Estados Unidos e de seus aliados europeus.

No entanto, as sanções ocidentais não torpedearam a economia russa, e Moscou tem cultivado laços com a China, com as principais potências regionais do Oriente Médio, da África e da América Latina.

Não está claro, porém, quanto dinheiro esses países estão dispostos a investir na economia russa e a que preço. Até o momento, não foram anunciados acordos de grande porte.

Mas as autoridades russas dizem que isso está apenas começando - e que as relações com o Ocidente estão arruinadas por uma geração.

O presidente boliviano Luis Arce, que se juntaria a Putin na sessão principal do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, afirmou que queria compartilhar a experiência do novo modelo econômico da Bolívia - com um Estado grande - desde 2006.

'Temos nosso próprio modelo econômico, que estamos implementando desde 2006, e queremos compartilhar essa experiência', disse Arce a Putin.

O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, está presente, assim como 45 outras autoridades estrangeiras, incluindo o ministro de Energia da Arábia Saudita, o ministro de Comércio e Negócios de Omã e uma autoridade sênior do Taliban.

Os investidores e banqueiros de investimento ocidentais que antes se aglomeravam para garantir uma fatia da vasta riqueza mineral da Rússia e um dos maiores mercados consumidores da Europa desapareceram do fórum. A Reuters não viu nenhuma grande empresa ocidental no fórum.

Os oligarcas da década de 1990, que fizeram fortuna negociando no caos de uma superpotência em colapso, também desapareceram em grande parte.

Na Rússia de Putin, o principal árbitro é o Estado, controlado pelos antigos espiões e tecnocratas da Guerra Fria que fazem parte de seu séquito.

Escrito por Reuters

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