Em primeiro vídeo da campanha, Alckmin visa Bolsonaro e diz que problemas não se resolvem 'na bala'
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SÃO PAULO (Reuters) - O primeiro vídeo para a propaganda eleitoral do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, divulgado nesta quinta-feira, visou os eleitores do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao afirmar que os problemas do país não serão resolvidos 'na bala'.
O vídeo mostra uma sequência de problemas do país, como desemprego, falta de saneamento, analfabetismo, filas na saúde e fome, cada um deles simbolizado por um objeto que é detonado por um tiro de arma de fogo.
Na peça, um copo com a palavra 'desemprego' é destroçado por um projétil. Uma bolsa de sangue com os dizeres 'filas na saúde' tem o mesmo destino, assim como livros que formam a palavra 'analfabetismo', um jarro de água onde se lê 'falta de saneamento' e uma melão com a palavra 'fome' têm o mesmo destino.
Aparece na tela então uma criança e, em vez de a bala atingir a cabeça da menina, aparecem os dizeres 'Não é na bala que se resolve', encerrando o vídeo de um minuto.
Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem defendido uma flexibilização nas regras para obtenção de porte de arma e em entrevista nesta semana defendeu que policiais que matam mais criminosos devem ser condecorados.
Alckmin terá o maior tempo do horário da propaganda de rádio e TV, que se inicia no sábado para os candidatos a presidente.
O tucano, que tem encontrado dificuldades para crescer na preferência do eleitorado, terá também o maior número de inserções durante a programação normal das emissoras, que começam a ser veiculadas já na sexta-feira.
No final da tarde desta quinta, Bolsonaro foi ao Twitter para rebater o vídeo da campanha tucana.
'Sobre 'não é na bala que se resolve': Flores não garantem a paz. Que os 'santos' que repetem este bordão deixem de andar com carro blindado e seguranças armados que passo a acreditar em suas propostas', disse o candidato do PSL em sua rede social.
Ele se referiu a 'santo', o suposto codinome de Alckmin na planilha de propinas da Odebrecht, descoberta pela operação Lava Jato. O tucano nega ter o codinome e cita que um delator da empreiteira afirmou que o apelido não é uma referência ao ex-governador.
Ao comentar a postagem de Bolsonaro, uma fonte ligada à campanha de Alckmin afirmou, sob condição de anonimato, que o tucano não anda de carro blindado e não usava deste expediente nem mesmo quando era governador de São Paulo.
(Reportagem de Eduardo Simões)
Escrito por Thomson Reuters
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