Emissões globais devem cair apenas 2% até 2030, mostra relatório da ONU
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Por Gloria Dickie
LONDRES (Reuters) - Os governos estão fazendo progressos insuficientes na redução das emissões de gases do efeito estufa para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta terça-feira.
O relatório foi apresentado poucas semanas antes de os líderes mundiais se reunirem em Dubai para a conferência anual da ONU sobre o clima, a COP28, na qual os países pressionarão por mais ações climáticas, incluindo uma possível eliminação gradual dos combustíveis fósseis antes de 2050.
'A COP28 precisa ser um ponto de virada histórico nesta década crítica', disse Sultan al-Jaber, chefe da empresa estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, que presidirá as discussões.
De acordo com os atuais planos climáticos nacionais, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), espera-se que as emissões aumentem 9% acima dos níveis de 2010 até o final desta década, mesmo que as NDCs sejam totalmente implementadas, segundo o relatório.
As emissões de gases do efeito estufa cairiam em 2% abaixo dos níveis de 2019 até 2030, acrescentou o relatório, indicando que o mundo verá o pico de emissões nesta década.
Isso ainda está muito aquém da redução de 43% em relação aos níveis de 2019 que, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU, é necessária para não ultrapassar o nível de 1,5ºC, meta prevista no Acordo de Paris.
'A ambição global estagnou no ano passado e os planos climáticos nacionais estão notavelmente desalinhados com a ciência', disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. 'O abismo entre a necessidade e a ação está mais ameaçador do que nunca.'
De acordo com o Acordo de Paris de 2015, no qual os países concordaram em limitar o aquecimento global a um nível 'bem abaixo' de 2ºC, os países devem apresentar e atualizar suas NDCs a cada cinco anos.
O relatório da ONU analisou quase 200 envios, incluindo 20 NDCs novos ou atualizados submetidos até setembro de 2023.
Escrito por Reuters
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