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ENFOQUE-Como a Uber drenou lucro de montadoras de veículos no Brasil

Placeholder - loading - 15/04/2019 REUTERS/Phil Noble
15/04/2019 REUTERS/Phil Noble
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Por Marcelo Rochabrun

SÃO PAULO (Reuters) - Como muitos motoristas da Uber em São Paulo, Augusto Caio Pereira não é dono do carro que dirige na cidade. Em vez disso, ele aluga o carro mais vendido do Brasil, o Onix, por 390 reais por semana da Localiza, maior locadora de veículos do país.

'Eu falo normalmente que segunda e terça eu trabalho para pagar o custo do aluguel...e quarta, quinta e sexta são para mim', disse Pereira, de 23 anos. Ele foi demitido de um escritório de advocacia alguns meses atrás, juntando-se ao exército de 12 milhões de desempregados do país. Sem rendimentos, ele agora dirige em período integral.

Assim como ele, dois terços dos 600 mil motoristas da Uber no Brasil não possuem os veículos que dirigem, disseram executivos da indústria de aluguel de carros em outubro. Esse número é um dos mais altos registrados pela Uber no mundo.

Acesso barato a carros novos está acelerando o crescimento da Uber e de locadoras no Brasil, bem como elevando as vendas de veículos, que acumulam crescimento de 7% neste ano.

Mas o crescimento das vendas de veículos também mascara uma crise para as montadoras como General Motors: as margens estão encolhendo, conforme as locadoras de veículos abocanham cada vez mais carros a preços descontados.

As vendas diretas, também conhecidas como vendas a frotistas, estão em nível recorde atualmente, representando 46% de todos os emplacamentos no Brasil ante nível de 25% em 2012, segundo a associação de concessionários de veículos, Fenabrave. Já as vendas no varejo, que carregam margens maiores, acumulam queda de cerca de 50% no período.

'Como montadora, o que você vê é que seus clientes estão fazendo muito dinheiro com teu produto, e você não está tendo lucro nenhum', disse Ricardo Bacellar, líder do setor automotivo na KPMG no Brasil. 'As vendas diretas são um modelo insustentável no longo prazo.'

As direções das montadoras de Detroit de Wolfsburg estão cientes do impacto corrosivo das vendas diretas. Desde 2015, montadoras com fábricas no Brasil, incluindo GM e Volkswagen e Ford, receberam mais de 50 bilhões de dólares em subsídios de suas matrizes, segundo dados do Banco Central. Este volume é o triplo do recebido entre 2010 e 2014.

'As montadoras só conseguiram manter as operações nos últimos anos porque as matrizes concederam empréstimos ou injetaram capital', disse o presidente da associação dos fabricantes de veículos, Anfavea, Luiz Carlos Moraes, este ano.

Enquanto isso, as três principais locadoras de veículos do país, Localiza, Movida e Unidas, registraram lucros recordes em todos os anos, menos um, desde 2015, segundo mostram suas demonstrações de resultado.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pela Anfavea afirma que alternativas de transporte como as empresas de serviços por aplicativos são a segunda razão, atrás de problemas em finanças pessoais, que desencorajam os brasileiros de comprar carros próprios.

A escala dos descontos oferecidos pelas montadoras às locadoras de veículos na venda de modelos novos é mantida sob forte sigilo. Mas a média de preços de todos os carros comprados pela Localiza este ano, incluindo SUVs, vans comerciais e carros de luxo, foi cerca de 640 dólares menor que o preço do modelo mais barato do Onix, segundo números da companhia.

As vendas diretas no Brasil superaram a marca de 1 milhão de veículos pela primeira vez em 2018 e este ano já atingiram o patamar de 1,1 milhão.

Enquanto isso, a Localiza saiu de um nível de compra de 2% dos veículos leves do país em 2012 para 10% este ano. Os motoristas de aplicativos são o segmento que mais cresce para a empresa.

VENDAS DESESPERADAS

Com o Brasil se recuperando lentamente da recessão desde 2017, as montadoras têm pouca opção além de acompanharem a demanda gerada pelas locadoras e frotistas, disse Guido Vildozo, da empresa de pesquisa de mercado IHS Markit. 'Estas são vendas desesperadas.'

Em 2013, um ano antes da Uber chegar ao Brasil, apenas 6% das vendas do Onix eram destinadas a frotistas. Este ano a fatia atinge 40%.

Explicando porque a receita caiu em 2019 fora da América do Norte, a GM afirmou a investidores recentemente que um dos principais motivos foi um 'conjunto desfavorável de fatores, principalmente gerado por vendas maiores do Onix no Brasil'.

Em outubro, Caleb Varner, diretor de veículos da Uber para América Latina, falou a dezenas de executivos de pequenas locadoras durante uma conferência do setor. Ele garantiu que a empresa vai trabalhar para trazer demanda nova para as locadoras.

'E com essa demanda vocês conseguirão crescer em escala ... comprando um número de veículos maior, conseguindo desconto maior na montadora, e por aí vai', afirmou Varner na ocasião e se referindo a um 'círculo virtuoso' para a Uber as locadoras.

Representantes da Uber não se manifestaram sobre os comentários de Varner, embora a presidente-executiva da empresa no Brasil, Claudia Woods, afirmou à Reuters que as locadoras de veículos são importantes parceiras da empresa.

Algumas montadoras, que oferecem carros de aluguel diretamente em mercados desenvolvidos há anos, agora estão experimentando a mesma estratégia no Brasil.

A Toyota, que tem menos vendas de frota do que a GM, está 'investindo fortemente' em um negócio de aluguel no Brasil, informou a empresa. A CAOA do Brasil - que fabrica carros para Chery e Hyundai - anunciou na terça-feira que montaria seu próprio negócio de aluguel.

Com as vendas a frotistas no Brasil em tendência de alta, segundo recente pesquisa da KPMG com executivos do setor de veículos, o dilema deverá se aprofundar. 'O modelo veio para ficar', disse o presidente-executivo da Localiza, Eugenio Mattar, à Reuters.

Escrito por Reuters

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EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

Em entrevista exclusiva concedida à repórter Catharina Morais, da Rádio Antena 1, no dia 2 de maio, momentos antes da passagem de som no Tokio Marine Hall, os irmãos Ross Lynch e Rocky Lynch, da banda The Driver Era, abriram o coração sobre a criação de seu mais novo álbum, Obsession, e refletiram sobre os desafios de ser artista na era digital. A conversa aconteceu em São Paulo, poucas horas antes do último show da turnê no Brasil.

“Cada álbum tem uma sensação diferente, com certeza”, disse Ross ao ser perguntado sobre a experiência de lançar o disco enquanto estão na estrada. “A Summer Mixtape teve uma vibe mais solta, como uma brisa do mundo”.

The Driver Era: quem são Ross e Rocky Lynch?

Formada em 2018, The Driver Era é uma dupla norte-americana de pop alternativo e rock contemporâneo, criada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch. Ross ganhou notoriedade na série da Disney Austin & Ally e no filme Teen Beach Movie, além de integrar a antiga banda R5. Desde então, a dupla tem buscado firmar uma identidade sonora própria, apostando na mistura de gêneros e em uma produção 100% autoral.

“Produzir é uma das coisas que mais amamos fazer”, contou Ross. “A gente mesmo produziu tudo. Fizemos praticamente todos os drivers nos nossos álbuns”.

Criação do álbum Obsession: entre o estúdio e a estrada

Obsession, lançado em abril de 2025, é o quarto álbum de estúdio da banda. Com sonoridade intensa e letras autobiográficas, ele representa um momento de amadurecimento artístico. Gravado entre Londres, Califórnia e o estúdio caseiro da dupla, o projeto nasceu em meio à correria da turnê, mas com leveza.

“Obsession surgiu de forma bem orgânica, com histórias reais, inspiradas nas nossas vivências”, explicou Ross.


“Criar música é como a gente se alimenta”, completou Rocky.

Pressão das redes sociais e autenticidade artística

A entrevista também tocou em um tema delicado: o impacto das redes sociais na carreira dos artistas.

“Hoje em dia, todo mundo — e as mães deles também — está postando, postando, postando…”, brincou Rocky.

“Você quer crescer, quer melhorar, e agora isso virou uma métrica tangível. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer música”, reforçou Ross.

Influências musicais: de Peter Gabriel a Michael Jackson

Entre os ídolos citados pelos irmãos estão INXS, Peter Gabriel e Michael Jackson. Apesar da admiração por esses grandes nomes, Ross e Rocky explicam que seu processo criativo evita imitações.

“É como se eu não pudesse repetir algo que alguém já fez. Mesmo sendo fã, me desanima se sinto que estou copiando demais”, desabafou Rocky.

As novas obsessões da The Driver Era

Encerrando a entrevista, os irmãos revelaram suas “obsessões” do momento:

“Tentar me tornar uma pessoa melhor”, disse Rocky sobre a faixa Better.


“Entender por que os seres humanos fazem o que fazem”, compartilhou Ross. “E também… eu gosto de fazer as pessoas felizes”.

Show no Tokio Marine Hall: uma noite de energia, conexão e um pouco de nostalgia

O público paulistano recebeu de braços abertos a banda na Obsession Tour 2025, que passou também pelo Rio de Janeiro. Em São Paulo, a apresentação foi marcada por performances intensas e uma troca genuína com os fãs. Com casa cheia, o Tokio Marine Hall foi tomado por fãs vestindo chapéus de cowboy, uma referência divertida à estética do vocalista Ross.

O setlist trouxe músicas novas e antigas, além de uma surpresa nostálgica com "On My Own", do filme Teen Beach Movie, arrancando lágrimas e gritos do público.

Outros destaques do show incluíram Touch, que abriu a noite, The Weekend, que transformou a casa em pista de dança, e A Kiss, que encerrou o espetáculo com energia lá no alto.

Show inesquecível e fãs encantados

A passagem da The Driver Era pelo Brasil reforçou o vínculo da banda com o público brasileiro. Após duas noites memoráveis no país, fica claro que Ross e Rocky Lynch têm um espaço garantido no coração dos fãs.

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