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ENFOQUE-Questão indígena gera impasse para projeto da Ferrogrão

Placeholder - loading - Indígenas em protesto em agosto na BR-163, no Pará. REUTERS/Lucas Landau
Indígenas em protesto em agosto na BR-163, no Pará. REUTERS/Lucas Landau
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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Um questionamento apresentado esta semana pelo Ministério Público Federal (MPF) e por organizações da sociedade civil ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre uma consulta a indígenas tem o potencial de paralisar o projeto de concessão da ferrovia Ferrogrão, uma das principais apostas do Brasil para escoar importante fatia da produção agrícola e de outros insumos.

Com mais de 900 quilômetros, a ferrovia foi projetada para levar produtos agrícolas do Centro-Oeste até os canais de exportação ao norte do país, assim como seria importante modal para a importação de fertilizantes e derivados de petróleo.

A expectativa de investimento na concessão, que vai cortar áreas de florestas na região amazônica, é de vários bilhões de reais, e atrai interesse das principais tradings do setor de grãos do Brasil.

'Todos (os indígenas) estão contra porque não fomos consultados sobre como vai ser esse plano, a gente não teve conhecimento de estudos ambientais', disse Beptuk Metuktire, índio da etnia Kayapó e neto do famoso cacique Raoni, à Reuters.

A Ferrogrão também deverá aliviar o tráfego de caminhões na BR-163, em trecho no Pará que foi alvo de protestos de indígenas da etnia Kayapó em agosto --o bloqueio, que teve o projeto da ferrovia com um dos motivos, prejudicou o transporte de grãos.

No mais recente movimento, o MPF pediu ao TCU a proibição da licitação da Ferrogrão, que ligará o norte do Mato Grosso a Itaituba, nas margens do rio Tapajós, no Pará, até que o governo consulte previamente povos indígenas sobre se concordam com o empreendimento.

Em dezembro de 2017, o então presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Alexandre Porto, assegurou em audiência pública que o governo iria obedecer uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que exigiria um consentimento de comunidades tradicionais acerca dos efeitos da ferrovia, segundo o Ministério Público, ao citar que posteriormente isso foi reiterado em documento do processo de concessão.

Contudo, segundo o MPF, as consultas nunca foram realizadas, havendo até uma recusa para assim proceder. No dia 13 de julho, o governo enviou ao TCU para análise do processo de concessão da Ferrogrão para publicação do edital.

Metuktire afirmou que há mais de três anos o governo planeja essa ferrovia, e que a linha férrea vai afetar índios e também caminhoneiros, que terão o fluxo de transporte de cargas reduzido na BR-163. Ele disse que já houve reunião e carta repudiando o plano do governo.

'Nós estamos fazendo a nossa parte de defender os nossos direitos, mas o que está faltando muito é ter diálogo com as autoridades, deputados e outras pessoas', disse.

O procurador da República Felipe de Moura Palha e Silva, um dos que subscrevem a representação ao TCU, disse à Reuters que a grande controvérsia que existe é sobre o momento de realização da consulta às comunidades tradicionais que serão eventualmente afetadas pelo empreendimento.

Segundo o procurador, a consulta tem de ser feita ainda na fase de planejamento para que os povos indígenas possam influenciar no projeto --ou até mesmo contestar a sua viabilidade. A instituição menciona que a obra pode impactar 48 territórios de povos indígenas.

'Nesta fase prévia, é que devem ser discutidas com os povos, realizada a consulta prévia para que esses custos de eventuais compensações ambientais e de comunidades ambientais sejam levados em conta, porque da forma como se está sendo feito o risco está sendo empurrado para a frente, com risco grande de quem tenha que assumir isso no futuro seja a União', disse ele, ao lembrar que isso ocorreu em obras anteriores no país.

Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o TCU disse que o pedido do MPF é objeto de um processo sob relatoria do ministro Aroldo Cedraz e que ainda não foi apreciado pelo tribunal.

Em nota, também por meio da assessoria de imprensa, o Ministério da Infraestrutura rebateu o MPF e enfatizou que não se recusa a consultar os povos afetados, como alega a Procuradoria da República.

Segundo o ministério, a 'consulta a povos indígenas será realizada durante a fase de licenciamento ambiental do empreendimento', também citando previsão da OIT.

'No entanto, a pandemia da Covid-19 tornou a consulta presencial aos povos indígenas um desafio, uma vez que o acesso às terras indígenas está proibido por questões sanitárias. Para contornar essa dificuldade, o Ministério da Infraestrutura e a EPL (Empresa de Planejamento e Logística) estão estudando junto à Funai a forma de realizar a consulta diante das restrições.

O ministério disse ainda que a ferrovia 'não corta ou margeia' nenhuma terra indígena.

Disse que há povos indígenas, como os Munduruku, que serão ouvidos no âmbito do processo de licenciamento.

Segundo o ministério, as terras indígenas Mekrangnotie e Baú, pertencentes ao povo Kayapó e Panará, possuem distância da Ferrogrão bem acima dos limites estabelecidos pela Portaria Interministerial nº 60, de 24 de março de 2015, sendo que o ponto mais próximo está a aproximadamente 30 km de distância.

PRECEDENTES

Por ora, o impasse sobre o momento da consulta dos indígenas, está colocado. Segundo o representante do MPF, não há um posicionamento final do judiciário brasileiro sobre quando a consulta deve ser feita, seja de cortes superiores, seja do próprio TCU sobre o assunto.

O procurador da República afirmou que há precedentes do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), corte de segunda instância que abrange Estados que serão cortados pela ferrovia, favoráveis a se ouvir comunidades tradicionais na fase de planejamento.

Disse também que recentemente o Tribunal de Contas do Estado do Pará decidiu nesse mesmo sentido ao analisar o caso da Ferrovia Paraense (Fepasa).

Felipe de Moura Palha e Silva rechaçou a alegação de que o MPF é contra a obra. Disse que a instituição nunca é contra empreendimentos de desenvolvimento, mas quer evitar que o custo e o impacto da obra sejam posteriormente maiores do que o necessário, e o retorno ao país aquém do esperado, citando o exemplo da usina hidrelétrica de Belo Monte (Pará), que enfrentou vários obstáculos para começar a operar.

'A gente quer que regras sejam obedecidas e que a população não pague um preço e que grupos econômicos não sejam privilegiados. Queremos desenvolvimento para todo o povo', disse.

(Com reportagem adicional de Roberto Samora)

Escrito por Reuters

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EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

Em entrevista exclusiva concedida à repórter Catharina Morais, da Rádio Antena 1, no dia 2 de maio, momentos antes da passagem de som no Tokio Marine Hall, os irmãos Ross Lynch e Rocky Lynch, da banda The Driver Era, abriram o coração sobre a criação de seu mais novo álbum, Obsession, e refletiram sobre os desafios de ser artista na era digital. A conversa aconteceu em São Paulo, poucas horas antes do último show da turnê no Brasil.

“Cada álbum tem uma sensação diferente, com certeza”, disse Ross ao ser perguntado sobre a experiência de lançar o disco enquanto estão na estrada. “A Summer Mixtape teve uma vibe mais solta, como uma brisa do mundo”.

The Driver Era: quem são Ross e Rocky Lynch?

Formada em 2018, The Driver Era é uma dupla norte-americana de pop alternativo e rock contemporâneo, criada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch. Ross ganhou notoriedade na série da Disney Austin & Ally e no filme Teen Beach Movie, além de integrar a antiga banda R5. Desde então, a dupla tem buscado firmar uma identidade sonora própria, apostando na mistura de gêneros e em uma produção 100% autoral.

“Produzir é uma das coisas que mais amamos fazer”, contou Ross. “A gente mesmo produziu tudo. Fizemos praticamente todos os drivers nos nossos álbuns”.

Criação do álbum Obsession: entre o estúdio e a estrada

Obsession, lançado em abril de 2025, é o quarto álbum de estúdio da banda. Com sonoridade intensa e letras autobiográficas, ele representa um momento de amadurecimento artístico. Gravado entre Londres, Califórnia e o estúdio caseiro da dupla, o projeto nasceu em meio à correria da turnê, mas com leveza.

“Obsession surgiu de forma bem orgânica, com histórias reais, inspiradas nas nossas vivências”, explicou Ross.


“Criar música é como a gente se alimenta”, completou Rocky.

Pressão das redes sociais e autenticidade artística

A entrevista também tocou em um tema delicado: o impacto das redes sociais na carreira dos artistas.

“Hoje em dia, todo mundo — e as mães deles também — está postando, postando, postando…”, brincou Rocky.

“Você quer crescer, quer melhorar, e agora isso virou uma métrica tangível. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer música”, reforçou Ross.

Influências musicais: de Peter Gabriel a Michael Jackson

Entre os ídolos citados pelos irmãos estão INXS, Peter Gabriel e Michael Jackson. Apesar da admiração por esses grandes nomes, Ross e Rocky explicam que seu processo criativo evita imitações.

“É como se eu não pudesse repetir algo que alguém já fez. Mesmo sendo fã, me desanima se sinto que estou copiando demais”, desabafou Rocky.

As novas obsessões da The Driver Era

Encerrando a entrevista, os irmãos revelaram suas “obsessões” do momento:

“Tentar me tornar uma pessoa melhor”, disse Rocky sobre a faixa Better.


“Entender por que os seres humanos fazem o que fazem”, compartilhou Ross. “E também… eu gosto de fazer as pessoas felizes”.

Show no Tokio Marine Hall: uma noite de energia, conexão e um pouco de nostalgia

O público paulistano recebeu de braços abertos a banda na Obsession Tour 2025, que passou também pelo Rio de Janeiro. Em São Paulo, a apresentação foi marcada por performances intensas e uma troca genuína com os fãs. Com casa cheia, o Tokio Marine Hall foi tomado por fãs vestindo chapéus de cowboy, uma referência divertida à estética do vocalista Ross.

O setlist trouxe músicas novas e antigas, além de uma surpresa nostálgica com "On My Own", do filme Teen Beach Movie, arrancando lágrimas e gritos do público.

Outros destaques do show incluíram Touch, que abriu a noite, The Weekend, que transformou a casa em pista de dança, e A Kiss, que encerrou o espetáculo com energia lá no alto.

Show inesquecível e fãs encantados

A passagem da The Driver Era pelo Brasil reforçou o vínculo da banda com o público brasileiro. Após duas noites memoráveis no país, fica claro que Ross e Rocky Lynch têm um espaço garantido no coração dos fãs.

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