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Enquanto o mundo olha para Amazônia, Cerrado e Pantanal também queimam

Placeholder - loading - Incêndio florestal perto de reserva Xavante no Estado do Matro Grosso 04/09/2019 REUTERS/Lucas Landau
Incêndio florestal perto de reserva Xavante no Estado do Matro Grosso 04/09/2019 REUTERS/Lucas Landau
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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA, (Reuters) - Enquanto o mundo olha com atenção para o desmatamento e as queimadas na Amazônia, outros dois biomas brasileiros, o Cerrado e o Pantanal, também queimam em proporções maiores que nos últimos anos, resultado das mesmas políticas de desmatamento que assolam o norte do país.

Os dados de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pantanal fechou o mês de agosto deste ano com 4.660 focos de incêndio, 235% mais do que no mesmo período do ano passado e 50% a mais do que a média histórica entre 1998 e 2018. Nos primeiros dias de setembro, os focos chegaram a 1.495, 4 vezes mais que no mesmo período de 2018.

Na última quinta-feira, o governo do Mato Grosso do Sul --Estado que concentra o bioma Pantanal-- decretou estado de emergência depois que mais de 1 milhão de hectares, segundo o Ibama, terem sido consumidos pelo fogo.

Corumbá (MS) é hoje a cidade com mais focos de queimadas, 3.180 --597% a mais do que no mesmo período de 2018.

No Cerrado, o fogo também vem consumindo a vegetação nativa em velocidade mais acelerada que em 2018. Em apenas 8 meses e meio, já são 37.055 focos, próximo dos dados do ano inteiro de 2018, que alcançaram 39.449.

Os focos de incêndio no bioma em setembro, época em que normalmente já tendem a diminuir, estão 76% maiores que no ano passado, chegando a 9.520. Na Amazônia, depois da crise internacional, este mês registrou até agora 9.262 focos.

'O fogo causado por ações humanas, acidentais ou

propositais, ocorrem todo ano, até mais de uma vez por ano, e no auge da época seca, abrangendo áreas muito extensas, milhões de hectares como atualmente, impacta/destrói qualquer ecossistema', disse à Reuters Alberto Setzer, coordenador do programa de queimadas do Inpe.

Uma combinação de uma seca mais forte do que o normal nas duas regiões e uma onda de calor ajudam as queimadas a se propagarem no Pantanal e no Cerrado, mas a origem é, como quase sempre, a ação humana.

'Nos cerrados e nas savanas o fogo é um elemento natural do ecossistema. Mas não existem plantas adaptadas ao fogo, mas a um regime de fogo, que depende do intervalo das queimas, da intensidade, da época do ano', explica a pesquisadora da Universidade de Brasília Mercedes Bustamente, especialista em ecologia de ecossistemas.

'Se essa região começa a queimar muito frequentemente, as árvores e arbustos começam a morrer, vai abrindo a área e ficam as gramíneas, que se recuperam mais rapidamente, mas trazem mais material combustível.'

As pesquisas com o Cerrado mostram que a vegetação maior se favorece de queimadas a um intervalos não menores de quatro anos e quando acontecem no início da estação seca. Mercedes explica que um mês de setembro --quando as plantas já começam a nascer as folhas para se preparar para a estação úmida-- com um alta proporção de queimadas, dificulta muito a regeneração.

Ao contrário da Amazônia, o Cerrado brasileiro tem uma proteção de apenas 20% da sua área por propriedade, de acordo com o código florestal. Um proprietário de terras da região --que inclui Goiás, Tocantins, parte do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e até Maranhão-- precisa preservar apenas 20% da sua mata nativa. Hoje, boa parte dessa região é dominada por plantações, especialmente de soja, e pecuária.

De acordo com pesquisas da UnB, o desmatamento na região pode estar por trás de secas que atingiram fortemente o centro-oeste e até mesmo São Paulo nos últimos anos. Mercedes explica que o solo do cerrado funciona como uma esponja: absorve a chuva e a umidade que vem da Amazônia e a distribui às bacias hidrográficas do resto do país, do Sudeste até o Rio São Francisco.

'A posição mais alta do Planalto Central, com solos profundos, argilosos, que funcionam como uma esponja, recebem essa água que drena depois para cursos de água no resto dos biomas, para a bacia do São Francisco, para o Pantanal', explica. 'A falta de cobertura vegetal prejudica a infiltração da água no solo.'

O Cerrado é propenso a queimadas naturais, causadas por raios, mas isso costuma ocorrer apenas no início da seca da região. O aumento exponencial nesta época do ano tem relação direta com desmatamento.

'As queimadas estão concentradas no arco do desmatamento. Quando o produtor já converteu para agricultura e está regular, ele não quer queimar porque ele vai ter prejuízo. Mas o fogo é uma ferramenta de abertura de áreas', diz a pesquisadora.

O desmatamento no Cerrado também tem relação com o aumento dos focos de incêndio do Pantanal. Apesar de ser um dos biomas melhor preservados no país, as áreas baixas que compõe o Pantanal são cercadas de áreas mais altas formadas pelo Cerrado. Desmatadas, com mais agricultura, essas áreas absorvem menos água, que escorrem menos para o Pantanal. Mais seco, ele queima mais --como se vê no aumento deste ano.

(Edição de Alexandre Caverni)

Escrito por Reuters

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EXCLUSIVO: 'THE DRIVER ERA' REVELA À ANTENA 1 OS BASTIDORES DE "OBSESSION"

Em entrevista exclusiva concedida à repórter Catharina Morais, da Rádio Antena 1, no dia 2 de maio, momentos antes da passagem de som no Tokio Marine Hall, os irmãos Ross Lynch e Rocky Lynch, da banda The Driver Era, abriram o coração sobre a criação de seu mais novo álbum, Obsession, e refletiram sobre os desafios de ser artista na era digital. A conversa aconteceu em São Paulo, poucas horas antes do último show da turnê no Brasil.

“Cada álbum tem uma sensação diferente, com certeza”, disse Ross ao ser perguntado sobre a experiência de lançar o disco enquanto estão na estrada. “A Summer Mixtape teve uma vibe mais solta, como uma brisa do mundo”.

The Driver Era: quem são Ross e Rocky Lynch?

Formada em 2018, The Driver Era é uma dupla norte-americana de pop alternativo e rock contemporâneo, criada pelos irmãos Ross e Rocky Lynch. Ross ganhou notoriedade na série da Disney Austin & Ally e no filme Teen Beach Movie, além de integrar a antiga banda R5. Desde então, a dupla tem buscado firmar uma identidade sonora própria, apostando na mistura de gêneros e em uma produção 100% autoral.

“Produzir é uma das coisas que mais amamos fazer”, contou Ross. “A gente mesmo produziu tudo. Fizemos praticamente todos os drivers nos nossos álbuns”.

Criação do álbum Obsession: entre o estúdio e a estrada

Obsession, lançado em abril de 2025, é o quarto álbum de estúdio da banda. Com sonoridade intensa e letras autobiográficas, ele representa um momento de amadurecimento artístico. Gravado entre Londres, Califórnia e o estúdio caseiro da dupla, o projeto nasceu em meio à correria da turnê, mas com leveza.

“Obsession surgiu de forma bem orgânica, com histórias reais, inspiradas nas nossas vivências”, explicou Ross.


“Criar música é como a gente se alimenta”, completou Rocky.

Pressão das redes sociais e autenticidade artística

A entrevista também tocou em um tema delicado: o impacto das redes sociais na carreira dos artistas.

“Hoje em dia, todo mundo — e as mães deles também — está postando, postando, postando…”, brincou Rocky.

“Você quer crescer, quer melhorar, e agora isso virou uma métrica tangível. Mas o que eu gosto mesmo é de fazer música”, reforçou Ross.

Influências musicais: de Peter Gabriel a Michael Jackson

Entre os ídolos citados pelos irmãos estão INXS, Peter Gabriel e Michael Jackson. Apesar da admiração por esses grandes nomes, Ross e Rocky explicam que seu processo criativo evita imitações.

“É como se eu não pudesse repetir algo que alguém já fez. Mesmo sendo fã, me desanima se sinto que estou copiando demais”, desabafou Rocky.

As novas obsessões da The Driver Era

Encerrando a entrevista, os irmãos revelaram suas “obsessões” do momento:

“Tentar me tornar uma pessoa melhor”, disse Rocky sobre a faixa Better.


“Entender por que os seres humanos fazem o que fazem”, compartilhou Ross. “E também… eu gosto de fazer as pessoas felizes”.

Show no Tokio Marine Hall: uma noite de energia, conexão e um pouco de nostalgia

O público paulistano recebeu de braços abertos a banda na Obsession Tour 2025, que passou também pelo Rio de Janeiro. Em São Paulo, a apresentação foi marcada por performances intensas e uma troca genuína com os fãs. Com casa cheia, o Tokio Marine Hall foi tomado por fãs vestindo chapéus de cowboy, uma referência divertida à estética do vocalista Ross.

O setlist trouxe músicas novas e antigas, além de uma surpresa nostálgica com "On My Own", do filme Teen Beach Movie, arrancando lágrimas e gritos do público.

Outros destaques do show incluíram Touch, que abriu a noite, The Weekend, que transformou a casa em pista de dança, e A Kiss, que encerrou o espetáculo com energia lá no alto.

Show inesquecível e fãs encantados

A passagem da The Driver Era pelo Brasil reforçou o vínculo da banda com o público brasileiro. Após duas noites memoráveis no país, fica claro que Ross e Rocky Lynch têm um espaço garantido no coração dos fãs.

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