Enviado dos EUA é esperado em Beirute para tentar avançar cessar-fogo
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Por Laila Bassam e Maya Gebeily
BEIRUTE (Reuters) - Um enviado dos Estados Unidos deve chegar ao Líbano na terça-feira para conversar sobre um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, com o governo libanês otimista em relação aos esforços de Washington para acabar com a guerra, mas procurando mudanças em uma proposta sobre como monitorar a trégua, disse uma autoridade libanesa sênior.
Espera-se que a viagem do enviado da Casa Branca, Amos Hochstein, cuja visita foi sinalizada por várias fontes libanesas, mas ainda não foi confirmada por Washington, trabalhe em cima de uma proposta de cessar-fogo dos EUA apresentada ao Líbano na semana passada.
A diplomacia de cessar-fogo de Washington voltou ao foco enquanto seu aliado Israel intensifica sua ofensiva. Os ataques israelenses em dois bairros de Beirute mataram seis pessoas, incluindo pelo menos uma autoridade sênior do Hezbollah, no último domingo, a primeira vez que Israel atacou áreas centrais da capital em mais de cinco semanas.
As potências mundiais afirmam que um cessar-fogo no Líbano deve ser baseado na Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que encerrou a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. Seus termos exigem que o Hezbollah, apoiado pelo Irã, transfira armas e combatentes para o norte do rio Litani, cerca de 30 kms ao norte da fronteira israelense.
Israel tem desferido grandes golpes contra o Hezbollah desde que lançou uma ofensiva contra o grupo em setembro, matando seu líder Sayyed Hassan Nasrallah e bombardeando o Líbano com ataques aéreos. O Hezbollah continuou a disparar foguetes contra o norte de Israel, onde as sirenes soaram novamente nesta segunda-feira.
O Hezbollah apresentou notas sobre a proposta de cessar-fogo dos EUA ao presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, que não obstruiria uma trégua, disse a autoridade sênior libanesa.
Mas o Líbano se opôs a uma proposta para expandir um comitê de monitoramento do cessar-fogo para incluir possivelmente a Alemanha ou o Reino Unido.
'Se, por exemplo, aparecer uma instalação do Hezbollah, quem a desmantelará?', disse a autoridade, acrescentando: 'O lado libanês quer que o Exército (libanês) lide com isso'.
Faz tempo que Israel reclama que a Resolução 1701 nunca foi implementada adequadamente, observando a presença de combatentes e armas do Hezbollah ao longo da fronteira. O Líbano diz que Israel a violou ao voar regularmente em seu espaço aéreo.
Uma segunda autoridade libanesa disse que a proposta dos EUA contém alguns pontos que foram acordados e outros que precisam ser discutidos com Hochstein na terça-feira. Ambas as autoridades libanesas falaram sob condição de anonimato devido às sensibilidades diplomáticas.
Segundo o ministro do Trabalho libanês, Mustafa Bayram, nomeado para o gabinete pelo Hezbollah, Berri lhe disse que o clima é positivo, mas advertiu que o acordo ainda não estava fechado.
'Então, a atenção se voltará para a posição israelense: eles querem um cessar-fogo... ou continuar com seus crimes', disse Bayram após a reunião, de acordo com um comunicado do gabinete de Berri.
Berri, apoiado pelo Hezbollah para negociar, disse ao jornal Asharq al-Awsat na última sexta-feira que o lado libanês não aceitaria o 'mecanismo (de monitoramento) alternativo proposto', acrescentando que havia um mecanismo existente que poderia ser ativado, referindo-se às forças de paz da ONU.
Ele afirmou que a proposta não incluía a liberdade para Israel agir caso o Hezbollah viole qualquer acordo - uma exigência israelense rejeitada pelo Líbano.
(Reportagem de Laila Bassam, Maya Gebeily e Riham Alkousaa em Beirute, Jana Choukeir e Clauda Tanios em Dubai)
Escrito por Reuters
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