Erdogan oferece a Turquia para sediar cúpula de paz Ucrânia-Rússia
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Por Can Sezer e Yuliia Dysa
ISTAMBUL (Reuters) - A Turquia está pronta para sediar uma reunião entre a Ucrânia e a Rússia para encerrar a guerra, afirmou nesta sexta-feira o presidente do país, Tayyip Erdogan, após encontro com seu colega ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, em Istambul. Em encontro que durou cerca de uma hora, Erdogan e Zelenskiy discutiram o desenrolar do conflito entre Rússia e Ucrânia, a segurança das remessas de produtos no Mar Negro, incluindo o extinto acordo dos grãos, e cooperação na indústria de Defesa, disseram os dois lados. Membro da Otan, a Turquia apoia a integridade territorial ucraniana, mas também mantém relações cordiais com os russos, e regularmente realiza reuniões com as duas partes do conflito. Os turcos patrocinaram o acordo que derrubava o bloqueio russo às exportações ucranianas de grãos pelo Mar Negro. 'Discutimos em detalhes hoje os acontecimentos da guerra, e fiz minhas colocações com toda a sinceridade', afirmou Erdogan em coletiva de imprensa ao lado de Zelenskiy, que encontra-se com o presidente turco antes da esperada visita do presidente russo, Vladimir Putin, após as eleições russas previstas para ocorrerem entre 15 a 17 de março. 'Estamos dando toda a nossa contribuição para o fim da guerra, com base em negociações. Estamos preparados para sediar um encontro de paz do qual a Rússia também participaria', afirmou, reafirmando o apoio de Ancara à soberania ucraniana. Zelenskiy disse que a Rússia não será convidada para a primeira rodada de negociações de paz, prevista para ocorrer na Suíça nos próximos meses, mas que um representante russo poderá ser chamado para o encontro subsequente, depois que um roteiro para a paz for acordado com os aliados da Ucrânia. 'Não vemos quaisquer representantes da Rússia nesse encontro. Não enxergamos como você pode convidar pessoas que bloqueiam, destroem e matam todos. Queremos um resultado: uma justa paz', disse o presidente ucraniano. (Reportagem de Can Sezer em Istanbul, Tuvan Gumrukcu e Ece Toksabay em Ancara, Yuliia Dysa em Gdansk e Olena Hamarsh em Kiev)
Escrito por Reuters
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