Especialista da ONU que apontou genocídio de Israel diz ter sido ameaçada
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Por Gabrielle Tétrault-Farber
GENEBRA (Reuters) - Uma especialista da Organização das Nações Unidas que publicou um relatório afirmando que havia motivos razoáveis para acreditar que Israel cometeu genocídio em Gaza durante campanha militar contra o Hamas disse nesta quarta-feira ter recebido ameaças durante seu mandato.
Francesca Albanese, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos na Cisjordânia e em Gaza, apresentou um relatório intitulado 'Anatomia de um genocídio' ao Conselho de Direitos Humanos da ONU na terça-feira, que Israel disse 'rejeitar totalmente'.
Perguntada se seu trabalho no relatório a levou a receber ameaças, Albanese disse: 'Sim, eu recebo ameaças. Nada que, até o momento, eu considere que precise de precauções extras. Pressão? Sim, mas isso não muda meu compromisso nem os resultados do meu trabalho'.
Albanese, que ocupa a função desde 2022, não entrou em detalhes sobre a natureza das ameaças, nem disse quem as havia feito.
'Tem sido um período difícil', afirmou ela. 'Sempre fui atacada desde o início do meu mandato.'
Israel criticou Albanese, dizendo que ela estava 'deslegitimando a própria criação e existência do Estado de Israel'. Albanese negou a acusação.
Albanese disse que uma de suas principais conclusões foi que a liderança executiva e militar de Israel e os soldados intencionalmente 'subverteram suas funções de proteção em uma tentativa de legitimar a violência genocida contra o povo palestino'.
'A única inferência razoável que pode ser feita a partir da revelação dessa política é uma política estatal israelense de violência genocida contra o povo palestino em Gaza', declarou ela.
A missão diplomática de Israel em Genebra disse que o uso da palavra genocídio era 'ultrajante' e afirmou que a guerra era contra o Hamas e não contra os civis palestinos.
Albanese, uma advogada e acadêmica italiana, é uma das dezenas de especialistas independentes em direitos humanos com mandato das Nações Unidas para relatar sobre temas e crises específicas. As visões expressas pelos relatores especiais não refletem as do órgão global como um todo.
Escrito por Reuters
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