Especialistas da ONU acusam Israel de atos genocidas e violência sexual em Gaza
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Por Olivia Le Poidevin
GENEBRA (Reuters) - Israel praticou 'atos genocidas' contra palestinos ao destruir sistematicamente instalações de saúde para mulheres durante o conflito em Gaza e usou a violência sexual como estratégia de guerra, afirmaram especialistas das Nações Unidas em um novo relatório na quinta-feira.
A missão permanente de Israel na ONU em Genebra descreveu as alegações do relatório como infundadas, tendenciosas e sem credibilidade.
'As autoridades israelenses destruíram em parte a capacidade reprodutiva dos palestinos em Gaza como um grupo, inclusive impondo medidas destinadas a evitar nascimentos, uma das categorias de atos genocidas no Estatuto de Roma e na Convenção de Genocídio', disse a Comissão Internacional Independente de Inquérito da ONU sobre o Território Palestino Ocupado, incluindo Jerusalém Oriental e Israel.
Essas ações, além do aumento do número de mortalidade materna devido ao acesso restrito a suprimentos médicos, equivalem a crime contra a humanidade de extermínio, disse a comissão.
O relatório acusou as forças de segurança de Israel de usar o desnudamento público forçado e a agressão sexual como parte de seus procedimentos operacionais padrão para punir os palestinos após os ataques liderados pelo Hamas ao sul de Israel em outubro de 2023.
Israel rejeitou as acusações.
'A IDF (Força de Defesa de Israel) tem diretrizes concretas ... e políticas que proíbem inequivocamente esse tipo de má conduta', respondeu a missão permanente da ONU em Genebra em um comunicado, acrescentando que seus processos de revisão estão de acordo com as normas internacionais.
Um relatório anterior publicado pela comissão em junho de 2024 acusou o Hamas e outros grupos armados palestinos de graves violações de direitos em seu ataque de 7 de outubro de 2023, incluindo tortura e tratamento degradante.
Israel é parte da Convenção sobre Genocídio e foi ordenado em janeiro de 2024 pela Corte Internacional de Justiça a tomar medidas para evitar atos de genocídio durante a guerra contra o Hamas.
O país não faz parte do Estatuto de Roma, que dá ao Tribunal Penal Internacional jurisdição para decidir sobre casos criminais individuais envolvendo genocídio e crimes contra a humanidade.
Escrito por Reuters