'Este não é o momento de agir sozinho', diz Rutte, da Otan, aos EUA e à Europa
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VARSÓVIA (Reuters) - O Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, advertiu os Estados Unidos e a Europa nesta quarta-feira contra qualquer tentação de 'agirem sozinhos' em matéria de segurança, em meio ao aumento das tensões sobre o futuro da aliança transatlântica.
Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, colocou em dúvida a disposição de Washington de defender os aliados da Otan, que segundo ele não estariam pagando o suficiente por sua própria defesa, provocando alarme entre líderes europeus sobre o futuro da aliança atlântica à medida que enfrentam uma Rússia cada vez mais assertiva.
Em discurso na Escola de Economia de Varsóvia, Rutte disse que os EUA precisam que os países europeus 'intensifiquem' a segurança e que a aliança deveria se tornar mais justa.
'Quero deixar bem claro que este não é o momento de agirmos sozinhos. Nem para a Europa nem para a América do Norte', disse Rutte.
'Os desafios de segurança global são grandes demais para qualquer um de nós enfrentar sozinho. Quando se trata de manter a Europa e a América do Norte seguras, não há alternativa à Otan', acrescentou.
Vários países europeus, incluindo a Alemanha e o Reino Unido, anunciaram planos para aumentar os gastos com defesa, enquanto Trump busca uma reaproximação com o presidente russo Vladimir Putin em seus esforços para acabar com a guerra de três anos na Ucrânia.
Trump já havia dito anteriormente que os membros da aliança da Otan deveriam gastar 5% do produto interno bruto (PIB) em defesa -- um aumento significativo em relação à meta atual de 2% e um nível que nenhum país da Otan, incluindo os Estados Unidos, atinge atualmente.
'Sim, a Europa precisa saber que o Tio Sam ainda nos protege. Mas os Estados Unidos também precisam saber que seus aliados da Otan vão se esforçar', disse Rutte, acrescentando que a cúpula da aliança em junho, em Haia, será um momento seminal em sua história.
'Iniciaremos um novo capítulo para nossa aliança transatlântica, onde construiremos uma Otan mais forte, mais justa e mais letal', disse o ex-primeiro-ministro holandês. 'Uma Otan mais justa significa que todos os aliados estão fazendo sua parte justa.'
(Reportagem de Lili Bayer, Andrew Gray)
Escrito por Reuters