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Estudantes descrevem ataque de colonos em escola primária na Cisjordânia

Placeholder - loading - Visão aérea de escola palestina atacada por colonos israelenses perto de Jericó 17/09/2024 REUTERS/Mohammed Torokman
Visão aérea de escola palestina atacada por colonos israelenses perto de Jericó 17/09/2024 REUTERS/Mohammed Torokman

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Por Mohammed Torokman e Ali Sawafta

JERICÓ/RAMALÁ (Reuters) - Metade dos alunos não foi para uma escola primária na Cisjordânia ocupada por Israel nesta terça-feira, um dia depois dela ser atacada por colonos judeus com tacos de madeira na onda crescente de violência desde o início da guerra em Gaza.

Este tipo de ataque, que feriu sete pessoas de acordo com autoridades palestinas, tem testado a paciência dos aliados de Israel, incluindo os Estados Unidos, que pediram moderação na Cisjordânia conforme o número de mortos sobe em Gaza e o conflito se expande pelo Oriente Médio.

Um vídeo filmado por ativistas israelenses e postado nas redes sociais mostra um grupo de homens jovens batendo em pessoas que gritavam no pátio da escola Al-Ka'abneh durante o ataque em uma área beduína próxima de Jericó na segunda-feira.

“Metade dos alunos hoje não veio para a escola por causa do medo e terror que eles experimentaram ontem por conta do ataque dos colonos”, disse Ahmed Nasser, funcionário do Ministério da Educação da Palestina, à Reuters.

A violência contra vilarejos palestinos já estava em ascensão antes mesmo da eclosão da guerra em Gaza, à medida que a construção de assentamentos israelenses se espalhava sem controle pela Cisjordânia.

Desde 7 de outubro, quando combatentes liderados pelo Hamas atacaram Israel e desencadearam o conflito em Gaza, houve aumento dos ataques de colonos israelenses. Dados do mês passado da Ocha, agência humanitária da ONU, mostraram que estavam ocorrendo cerca de quatro ataques por dia em média.

“Estávamos estudando normalmente na sala de aula, então começaram a dizer que colonos estavam atacando as escolas. Eu consegui reunir meus irmãos para que nada acontecesse com eles”, disse a estudante Aya Mlehat. “Consegui colocar eles em uma sala de aula e os colonos começaram a bater na porta tentando abrir contra a nossa vontade.”

FUGINDO E SE ESCONDENDO

Palestinos e grupos de direitos humanos acusam as forças israelenses com regularidade de acompanhar esse tipo de ataque sem intervir e, em alguns casos, a participar do ataque. Ação legal contra colonos violentos é rara.

'O Exército veio com os colonos, nós corremos e nos escondemos em outra sala com um professor e não voltamos para a nossa sala... Ele nos disse para ficarmos abaixados debaixo das mesas e ele nos disse para ficarmos quietos”, disse o estudante Malak Mlehat.

Os militares israelenses disseram que os colonos chegarem depois de relatos que um civil israelense teve um ferimento na cabeça depois de um conflito com palestinos.

'Uma confrontação foi instigada no local, durante a qual vários palestinos ficaram feridos”, disseram as forças israelenses em comunicado. A nota acrescenta que soldados e policiais chegaram e lidaram com a confronto, detendo vários suspeitos na área.

Países como os Estados Unidos começaram a impor sanções a indivíduos e enfrentam pressão para fazer mais e conter a expansão dos assentamentos em território que os palestinos veem como o núcleo de um futuro Estado independente, uma parte fundamental da solução de dois Estados defendida pelos países ocidentais.

Escrito por Reuters

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