Estudo aponta mudanças quando se tem filhos mais tarde
Um estudo anterior apontou que há maiores chances de autismo entre os filhos de casais mais velhos.
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Um estudo holandês revelou que a idade dos pais pode influenciar no comportamento dos filhos. Foram levados em consideração pais dos 36 países que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Os especialistas analisaram que os filhos de casais mais jovens apresentavam ansiedade, depressão e até mesmo um comportamento mais agressivo a partir dos 10 anos de idade. Na comparação, filhos de pais mais velhos eram mais tranquilas.
A idade dos pais, isoladamente, não é um fator que causa a diferença de comportamento. Para Marielle Zondervan-Zwinjenburg, pesquisadora da Universidade de Utrecht, na Holanda, os problemas podem estar ligados a transtornos como o autismo.
“As evidências apontam para uma associação entre a idade dos pais e os transtornos do espectro do autismo e esquizofrenia, por isso queríamos saber se há uma associação na população geral entre a idade dos pais e problemas comuns de comportamento nas crianças, além dos diagnósticos clínicos”, disse a pesquisadora.
Crianças holandesas, entre 10 e 12 anos, participaram de quatro análises. São eles: Geração R, Registro de Gêmeos da Holanda, Pesquisa sobre Desenvolvimento de Adolescentes e Relacionamentos e Pesquisa de Vidas Individuais de Adolescentes Rastreadores.
Ao todo, foram quatro etapas. Na primeira, as mães avaliadas tinham entre 16 e 46 anos. Na segunda, as mães tinham 17 a 47 anos e os pais, 17 a 63 anos. Nas duas últimas etapas, os pais tinham de 16 a 52 anos. A partir do estudo minucioso, os investigadores confirmaram a hipótese de que pais mais novos tinham filhos com menos problemas de comportamento agressivo.
Isso pode ter a ver também com a boa educação dos pais mais velhos, segundo Dorret Boomsma, professor de psicologia biológica da Universidade Livre de Amsterdã.“É possível que algumas das razões pelas quais os pais mais velhos tenham filhos com menos problemas como agressão sejam os pais mais velhos terem mais recursos e níveis mais altos de educação”, explicou Boomsma, reforçando que a escolaridade média não impede que os pais criem filhos agressivos.
Outros estudos
Em estudos anteriores, pesquisadores analisaram dados de quase 6 milhões de crianças, incluindo mais de 30 mil com autismo, na Dinamarca, Israel, Noruega, Suécia e Austrália Ocidental.
O resultado: as taxas do transtorno eram 65% maiores entre os filhos de homens com mais de 50 anos e 28% maiores aos 40 anos, em comparação com pais mais jovens, na faixa dos 20 anos.
Já as mães com mais de 40 anos tinham 15% mais chances de gerar uma criança com autismo. Enquanto isso, os filhos de mães adolescentes apresentam 18% mais riscos do que as de mulheres aos 20.
No caso dos homens, uma teoria para isso é que as mutações genéticas no esperma aumentam com a idade, podendo contribuir para o desenvolvimento de transtornos do espectro autista.
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