Estudo mostra que distanciamento também reduz gravidade da Covid-19
Resultados sugerem que versões mais graves da doença estão associadas ao contato com altas quantidades do novo coronavírus e reforçam importância das medidas de combate
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Além de desacelerar a transmissão do novo coronavírus, o distanciamento social aliado ao uso de máscaras também pode reduzir a gravidade dos sintomas da Covid-19 em infectados pela doença. As conclusões constam em estudo realizado por pesquisadores da Suíça, que também foi veiculado pela Universidade de Oxford.
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Os cientistas analisaram um surto da doença entre 508 soldados no país europeu. Predominantemente homens com idade média de 21 anos, eles foram divididos em dois grupos: o primeiro foi infectado antes da adoção de máscaras e distanciamento social nas instalações do local, enquanto o segundo contraiu o coronavírus durante o isolamento.
Das 354 pessoas do primeiro grupo, 30% manifestaram sintomas da Covid-19. No segundo, com 154 indivíduos, nenhum soldado teve sinais da doença, ainda que tenham apresentado amostras de RNA viral no nariz.
Esses resultados indicam que o uso das máscaras e o distanciamento social também podem diminuir as chances do desenvolvimento de versões graves da doença em pessoas que tiveram contato com o Sars-Cov-2.
“Essa descoberta sugere que a redução da carga viral pode não apenas levar a uma probabilidade reduzida de infecção, mas também pode causar uma infecção assintomática, além de poder induzir a uma resposta imunológica em uma parte dos infectados”, concluíram os autores do estudo.
Os pesquisadores alertam, no entanto, que as conclusões podem não ser aplicáveis à população geral – especialmente aos idosos e grupos com comorbidades –, já que o experimentou considerou apenas jovens saudáveis. Além disso, também precisam esclarecer se a infecção assintomática estimula a produção de anticorpos específicos contra o coronavírus.
Mesmo com as limitações, as descobertas podem auxiliar a entender os motivos por trás do aumento recente de casos da Covid-19 sem uma alta correspondente nas taxas de mortes, além de ajudar a diminuir a letalidade da doença. É o que defendeu o biólogo brasileiro Atila Iamarino em postagem recente no Twitter.
“No mínimo, diminuir internações já seria fantástico. Mas, se diminuirmos a letalidade também, o número de vidas em risco seria muito menor”, disse Iamarino em vídeo publicado ontem (20) na rede social.
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