EUA abrem canal com Israel para buscar respostas sobre fatalidades civis
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Por Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos criaram um canal com Israel para discutir suas preocupações com incidentes em Gaza nos quais civis foram mortos ou feridos pelo Exército israelense e instalações civis que foram visadas, disseram duas autoridades norte-americanos com conhecimento do assunto à Reuters.
O canal foi aberto após uma reunião neste mês entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o gabinete de guerra de Israel, durante a qual Blinken expressou preocupação com os relatos “constantes” de ataques israelenses que ou atingiram localizações humanitárias ou resultaram em um alto número de mortes civis.
Na reunião, Blinken disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao ministro da Defesa, Yoav Gallant, e ao ministro Benny Gantz que Washington precisava saber “quais são as respostas” a relatos de ataques e procurou abrir um “canal confiável” pelo qual os EUA possam levantar essas questões regularmente com israelenses, disse uma das autoridades norte-americanas.
A existência dessa iniciativa ainda não havia sido publicada e as autoridades dos EUA pediram anonimato para discutir os detalhes sensíveis em torno dela.
O canal surge como uma resposta à pressão crescente sobre o governo Biden pelo número elevado de vítimas civis palestinas da campanha de Israel contra o Hamas, que matou mais de 25.000 pessoas, segundo o Ministério da Saúde palestino, e deixou milhões desabrigadas.
Também sublinha a frustração de Washington com a falha de Israel em aliviar o sofrimento da população civil, privada desde meados de outubro da maior parte do auxílio humanitário que antes chegava à Gaza e de tratamento médico adequado para mais de 62.000 pessoas que foram feridas.
Através do canal, que tem estado ativo nas últimas semanas, o governo dos EUA levanta aos israelenses “todos os incidentes específicos de preocupação” relacionados com a campanha militar de Israel em Gaza, disse outra autoridade norte-americana. Os israelenses investigam e fornecem feedback aos EUA.
(Reportagem de Humeyra Pamuk)
Escrito por Reuters
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