EUA alertam Irã: não mire em nós ou em Israel
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Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos alertaram o Irã no Conselho de Segurança da ONU, nesta quarta-feira, contra a possibilidade de o país ter como alvos os EUA ou Israel, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que o 'ciclo mortal de violência retaliatória precisa parar' no Oriente Médio.
'O tempo está se esgotando', disse ele ao conselho.
O conselho de 15 membros se reuniu após Israel matar o líder do Hezbollah no Líbano e iniciar um ataque terrestre contra o grupo militante apoiado pelo Irã. O Irã, por sua vez, atacou Israel, gerando temores de uma guerra mais ampla na região.
'Nossas ações têm sido de natureza defensiva', afirmou a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, ao conselho.
'Deixe-me ser clara: o regime iraniano será responsabilizado por suas ações. E alertamos com veemência o Irã -- ou seus representantes -- contra tomar medidas contra os Estados Unidos ou outras medidas contra Israel', acrescentou.
O embaixador da França na ONU, Nicolas de Rivière, disse que a França quer que o Conselho de Segurança 'demonstre unidade e fale com uma única voz' para diminuir a escalada da situação.
Thomas-Greenfield afirmou que o conselho deveria condenar o ataque do Irã e impor 'sérias consequências' à Guarda Revolucionária do Irã por conta de suas ações.
'Temos uma responsabilidade coletiva, como membros do Conselho de Segurança, de impor sanções adicionais à Guarda Revolucionária do Irã por apoiar o terrorismo e por desrespeitar tantas resoluções deste Conselho', disse a embaixadora dos EUA.
Guterres disse ao conselho que condenava veementemente o ataque do Irã a Israel. Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores de Israel anunciou que estava barrando a entrada de Guterres no país por não ter condenado o ataque antes.
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, elogiou o Irã por sua 'excepcional' moderação nos últimos meses e afirmou que o ataque com mísseis a Israel não poderia ser visto 'como se tivesse ocorrido no vácuo, como se nada estivesse acontecendo no Líbano, em Gaza, na Síria, no Iêmen.'
'Mas aconteceu, e isso levou a uma nova e muito perigosa espiral de um conflito mais amplo no Oriente Médio', afirmou Nebenzia.
Em uma carta ao Conselho de Segurança na terça-feira, o Irã justificou seu ataque a Israel como autodefesa, com base no Artigo 51 da Carta da ONU, citando 'ações agressivas' de Israel, incluindo violações da soberania iraniana.
'O Irã está em total conformidade com o princípio de distinção sob o direito humanitário internacional, visou apenas instalações militares e de segurança do regime com seus ataques defensivos com mísseis', escreveu o Irã ao conselho.
Escrito por Reuters
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