EUA querem que palestinos deslocados possam retornar ao norte de Gaza
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Por Simon Lewis e Humeyra Pamuk
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos querem que os palestinos deslocados dentro de Gaza possam retornar às suas casas quando for seguro fazê-lo, disseram autoridades norte-americanas nesta quinta-feira, enquanto milhares de pessoas fogem de ataque terrestre de Israel no norte da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Israel concordou em interromper as operações militares durante quatro horas por dia ao longo de dois corredores que permitirão a saída de civis com segurança, disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Vedant Patel, a jornalistas, acrescentando que o desenrolar foi um resultado direto da diplomacia das autoridades dos EUA.
O Exército israelense disse que não concorda com um cessar-fogo e que continuaria suas operações fora das pausas humanitárias localizadas.
Patel defendeu que aqueles que fogem de suas casas deveriam poder retornar, mas disse que Washington não tem controle ou jurisdição sobre as áreas em questão.
'Por uma questão de princípio fundamental, não apoiamos nem desejamos ver o deslocamento da população de Gaza', disse o enviado especial dos EUA para questões humanitárias no Oriente Médio, David Satterfield, num briefing online mais cedo.
'Aqueles que estão agora no sul devem ter toda a capacidade de retornar ao norte quando for seguro fazê-lo.'
Homens armados do Hamas vindos de Gaza invadiram a fronteira em 7 de outubro e mataram 1.400 pessoas, segundo Israel. Desde então, mais de 10.000 palestinos foram mortos em uma ofensiva implacável de bombardeios à Faixa de Gaza -- onde vivem 2,3 milhões de pessoas -- pelas forças israelenses, dizem autoridades de saúde palestinas em Gaza.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que iniciou conversas com líderes israelenses e árabes sobre um futuro para a Faixa de Gaza sem o Hamas, disse na quarta-feira que Gaza não deveria ser reocupada por Israel, sitiada ou reduzida em território, e deve ser governada por palestinos por uma autoridade unificada com a Cisjordânia ocupada.
(Reportagem de Simon Lewis, Humeyra Pamuk e Daphne Psaledakis)
Escrito por Reuters
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