Ex-diretora da Americanas volta ao Brasil e entrega passaporte à PF
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RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA (Reuters) - A ex-diretora da rede de varejo Americanas Anna Saicali, acusada de envolvimento em um fraude contábil bilionária que levou a empresa à recuperação judicial, desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta segunda feira e entregou seu passaporte à Polícia Federal, disseram a corporação, em comunicado, e duas fontes com conhecimento do assunto.
A ex-executiva, que chegou a ter a prisão preventiva decretada na semana passada no âmbito da operação Disclosure, da PF, que apura a participação de ex-funcionários da empresa na fraude contábil de mais de 25 bilhões de reais na Americanas, estava em Portugal, onde se apresentou a autoridades locais e embarcou para o Brasil no domingo depois de a Justiça revogar sua prisão.
Ela teve o passaporte recolhido pela PF e terá de cumprir medidas cautelares, entre elas não poderá deixar o país, disseram as fontes.
'A Polícia Federal informa que, no início da manhã desta segunda-feira, em cumprimento à decisão judicial, efetuou a retenção do passaporte de uma das principais investigadas da Operação Disclosure, alvo de mandado de prisão preventiva, no momento em que ela desembarcava no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo', informou a PF, em nota.
'Após o retorno da investigada ao Brasil, o mandado de prisão em seu desfavor foi convertido em medida cautelar para impedir sua saída do país, com retenção de passaporte. Além disso, a investigada também foi excluída da lista de Difusão Vermelha da Interpol, já que retornou ao território nacional', acrescentou.
Embora a PF não tenha divulgado em seu comunicado oficial o nome de Anna Saicali, as fontes confirmaram à Reuters tratar-se da ex-executiva.
Na semana passada, ela e o ex presidente-executivo da Americanas Miguel Gutierrez foram alvos de mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal do Rio no âmbito da Disclosure.
Os dois não foram encontrados para o cumprimento dos mandados pois estavam fora do país. Gutierrez chegou a ser detido no dia seguinte em Madri, onde está morando, mas foi solto no fim de semana.
Na operação Disclosure, agentes da PF também cumpriram 15 mandados de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos envolvidos no valor de aproximadamente 500 milhões de reais.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro, e Ricardo Brito, em Brasília)
Escrito por Reuters
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