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Extrema-direita francesa exerce poder enorme sobre Barnier e Macron, dizem rivais

Placeholder - loading - Michel Barnier em Paris  5/9/2024   Stephane De Sakutin/Pool via REUTERS
Michel Barnier em Paris 5/9/2024 Stephane De Sakutin/Pool via REUTERS

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Por Benoit Van Overstraeten e Elizabeth Pineau

PARIS (Reuters) - O Reunião Nacional (RN), partido de extrema-direita da França, está exercendo um poder enorme sobre o presidente Emmanuel Macron e seu novo primeiro-ministro Michel Barnier, disseram rivais nesta sexta-feira, um dia depois de o político veterano conseguir o cargo com o apoio tácito do RN.

Macron nomeou Barnier, de 73 anos, um conservador e ex-negociador do Brexit, como primeiro-ministro na quinta-feira, encerrando uma busca que durou dois meses, após sua malfadada decisão de convocar uma eleição legislativa que resultou em um Parlamento travado.

O próximo primeiro-ministro da França enfrentará a difícil tarefa de tentar conduzir as reformas e o orçamento de 2025 em um Parlamento dividido, no momento em que a França está sob pressão da Comissão Europeia e dos mercados de títulos para reduzir seu déficit.

O RN deu um apoio provisório à indicação de Barnier, dizendo que não tentaria votar contra ele imediatamente, mas deixando claro que poderia retirar o apoio a qualquer momento se suas preocupações com questões de imigração, segurança e carteira não fossem atendidas.

O partido de Marine Le Pen vetou outros possíveis primeiros-ministros que Macron havia considerado nas últimas semanas.

'Hoje, temos um primeiro-ministro que é completamente dependente do RN', disse Lucie Castets, a primeira-ministra escolhida pela aliança de esquerda que ficou em primeiro lugar na votação de julho, mas que foi ignorada por Macron depois que não conseguiu garantir uma maioria absoluta.

'Ao fazer isso, o presidente se colocou em coabitação com o RN', afirmou, referindo-se ao termo usado na França quando o presidente governa com um primeiro-ministro de um partido rival. A esquerda está organizando protestos em todo o país no sábado.

Depois de ter a esperança de vencer as eleições antecipadas após um forte desempenho no primeiro turno, o RN ficou em terceiro lugar quando eleitores e outros partidos, especialmente os de esquerda, se uniram para mantê-lo fora do poder no segundo turno.

Mas nomear Barnier depois que o RN sinalizou que não o bloquearia está tornando o governo dependente da boa vontade do RN, disse Sacha Houlie, parlamentar que pertencia ao campo de Macron.

'Agora é a extrema-direita que faz os reis ou rainhas', declarou o chefe do Partido Socialista, Olivier Faure, na rádio France Inter.

Nem Barnier, que iniciou reuniões com partidos de direita e de centro para formar um governo, nem Macron fizeram qualquer comentário sobre o assunto ou responderam às críticas da oposição.

'À MERCÊ DE LE PEN'?

Críticas semelhantes também foram feitas por alguns no exterior.

'Barnier não tem que se tornar primeiro-ministro à mercê de Le Pen', disse Anton Hofreiter, presidente do Comitê de Assuntos da União Europeia do Parlamento alemão e membro dos Verdes.

'Não espero nenhuma ideia progressista do novo primeiro-ministro. Só posso esperar que Barnier se baseie em seus muitos anos de experiência europeia e fortaleça as políticas europeias comuns.'

Enquanto isso, o parlamentar do RN Laurent Jacobelli procurou minimizar o poder da extrema-direita sobre o novo governo.

'Estamos na oposição, claramente... não estamos dando luz verde a ninguém', disse, na France 2. 'Não seremos a força política que levará a França para a parede, opondo-se sistematicamente a tudo e criando o caos.'

(Reportagem de Blandine Henault, Elizabeth Pineau, Benoit Van Overstraeten, John Irish em Paris e Andreas Rinke em Berlim)

Escrito por Reuters

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