TSE diz que falta de testes em supercomputador gerou atraso e promete solução para 2º turno
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Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai se empenhar para sanar o problema ocorrido na apuração do resultado das eleições municipais a fim de que não ocorra no segundo turno, após a demora na chegada de um novo supercomputador impedir a realização dos testes necessários para o pleito de domingo, afirmou o presidente da corte, Luís Roberto Barroso.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, Barroso procurou minimizar a demora na totalização dos resultados e destacou que o ocorrido não teve qualquer repercussão sobre a integridade dos votos.
A demora na chegada de um novo supercomputador adquirido em meio à pandemia do novo coronavírus, a ser utilizado na apuração das eleições municipais, impediu que se realizassem todos os testes necessários antes do pleito de domingo, conforme Barroso, o que gerou o atraso.
Segundo Barroso, em razão das limitações dos testes prévios, no dia da eleição a inteligência artificial demorou a processar os dados na velocidade desejada. Ele disse que entre a detecção e solução do problema passaram-se cerca de duas horas.
O presidente do TSE afirmou que, para o segundo turno, pretende garantir a participação de funcionários da empresa fornecedora do supercomputador para ajudar a equacionar o problema, de forma que ele não se repita. Mas minimizou o atraso.
'Se atrasar 2 horas e 45 minutos, o mundo não vai cair', disse. 'Tem país que está esperando há duas semanas pelo resultado e o mundo não acabou', reforçou, numa referência indireta à eleição presidencial nos Estados Unidos.
Nos EUA, o candidato democrata Joe Biden teve vitória projetada pelos meios de comunicação, mas os resultados ainda não foram oficializados em todos os Estados e ainda há questionamentos judiciais de fraude feitos sem provas pelo atual presidente, o republicano Donald Trump.
O presidente do TSE destacou ainda que em nenhum momento a integridade do sistema esteve em risco, e reiterou que não há risco de fraude no sistema eleitoral brasileiro.
POSSÍVEL MUDANÇA PARA 2022
Barroso classificou o episódio como um 'erro sanável e de pequena monta' que não justificaria a volta para o sistema anterior de totalização de votos. Nele, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) dos Estados faziam cada um o cômputo da votação.
'Há uma questão de segurança e economicidade', disse ele, ao citar que a mudança havia sido sugerida pela Polícia Federal.
Segundo uma fonte do TSE, há uma discussão sobre nova alteração no sistema de totalização de votos de olho nas eleições gerais de 2022.
Estuda-se deixar o cômputo da eleição presidencial para o TSE, enquanto os Tribunais Regionais Eleiorais (TREs) dos ficariam responsáveis pelas eleições de governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distritais.
Na entrevista, Barroso contestou a possibilidade de se voltar ao voto impresso -- conforme tem defendido publicamente o presidente Jair Bolsonaro. Em tom de ironia, ele disse que, para quem 'gosta do voto impresso', a corte vai começar a distribuir o resultado da urna, em que cada equipamento eletrônico divulga, ao final do horário de votação, os resultados impressos.
Segundo o presidente do TSE, nunca se provou desde 1996 nenhum fato que pudesse desacreditar o sistema de votação eletrônica e não haveria nenhuma razão para mudá-lo.
'Nós estamos cumprindo a decisão do Supremo Tribunal Federal que baniu o voto impresso e seguindo a lógica desportiva de não mexer em time que está ganhando', afirmou ele, ao ressaltar que se alguém trazer 'prova' ou 'documento' de suposta fraude no sistema, vai ser investigado.
(Edilção de Pedro Fonseca)
Escrito por Reuters
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