FBI investiga telefonemas automáticos pedindo para que pessoas 'fiquem em casa' em dia de eleição nos EUA
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Por Christopher Bing e Elizabeth Culliford e Raphael Satter
WASHINGTON (Reuters) - O FBI está investigando uma série de ligações telefônicas automáticas pedindo que pessoas fiquem em casa no dia da eleição norte-americana enquanto o país continua em alerta máximo para garantir que a votação não seja comprometida, afirmou uma autoridade do Departamento de Segurança Interna nesta terça-feira.
Autoridades estaduais e locais estão soando alarmes por conta de pelo menos duas campanhas automatizadas por telefone enquanto milhões de norte-americanos votam na terça-feira para decidir quem ganha entre o presidente Donald Trump e o desafiante Joe Biden.
Especialistas que falaram com a Reuters dizem que estão perplexos com uma das campanhas, que diz para as pessoas ficarem em casa, mas não menciona a votação de maneira explícita.
'Há uma pequena confusão sobre isso no setor', disse Giulia Porter, vice-presidente da RoboKiller, uma empresa que combate empresas de telemarketing e ligações automatizadas e que está acompanhando a campanha.
O áudio da ligação, que foi compartilhado pela RoboKiller com a Reuters, apresenta uma voz feminina sintetizada dizendo: 'Olá. Esta é uma chamada de teste. Hora de ficar em casa. Fique em segurança e fique em casa.'
Porter disse que a ligação foi feita milhões de vezes nos últimos 11 meses, mas que na terça-feira subiu para o número 5 ou 6 na lista das principais ligações de spam.
'Essa chamada robotizada está sendo feita em quantidade muito alta', disse.
O FBI disse estar ciente das chamadas automáticas reportadas e não comentou mais o assunto.
A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos está ciente das ligações, conforme informou uma autoridade nesta terça-feira.
Porter disse que sua empresa ainda estava em processo de compilação dos dados da intensidade da campanha na terça-feira, mas estimou que 'milhares ou dezenas de milhares' de pessoas teriam recebido a chamada.
Um deles foi Hashim Warren, um eleitor democrata de 40 anos que mora em Greensboro, na Carolina do Norte, e trabalha na área de marketing de uma empresa de desenvolvimento de redes.
Warren, que é negro, disse que a chamada aumentou temores que ele e sua mulher já tinham sobre potencial violência vinda de apoiadores de extrema-direita do presidente Donald Trump.
'O fato de dizer 'fique em segurança' soou vil e premonitório, como se eles soubessem de outras coisas, coisas que estão acontecendo no mundo, não apenas chamadas telefônicas automatizadas, que estão deixando minha mulher e eu ansiosos', disse Warren em entrevista por telefone.
Mensagens semelhantes ou idênticas, pedindo que as pessoas fiquem em casa foram reportadas em Estado cruciais como Flórida e Iowa. Autoridades no Kansas também receberam relatos das chamadas automáticas.
Em Michigan, autoridades disseram que receberam relatos de uma mensagem telefônica diferente, pedindo que moradores da cidade de Flint, que são majoritariamente negros, votassem 'amanhã' por conta das longas filas.
'Obviamente isso é FALSO, é uma iniciativa de suprimir o voto', disse a procuradora-geral do Estado, Dana Nessel, em uma mensagem postada no Twitter. 'Não caiam nessa.'
Escrito por Reuters
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