Festivais de música ao redor do mundo batalham para se manter
A sobrevivência por reembolsos e adiamentos
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Faz alguns meses desde o adiamento do Lollapalooza Brasil, que abalou a estrutura de concertos dentro do país e fez diversos fãs entenderem o que de fato significa a pandemia do novo coronavírus. No exterior a conversa já muda o tom: Os festivais cancelaram suas atividades do ano e remarcaram suas datas para o ano que vem, o que causou a revolta de muitos espectadores, mesmo com alguns países relaxando as politicas de confinamento. Com todo esse cenário, alguns festivais estão tendo problemas para se manter.
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O festival SXSW (South by Southwest Festival) está enfrentando uma ação legal contra diversos fãs que alegam o não recebimento de reembolso por conta do cancelamento das apresentações em decorrência do novo coronavírus. O festival, junto da possibilidade de reembolso, também ofereceu a possibilidade de o público trocar seu ingresso por outro entre os anos de 2021, 2022 e 2023, e ao escolher um dos anos, ainda ganhará 50% de desconto nos outros.
Essa possibilidade de o ingresso comprado valer para a realização mais próxima do evento foi uma das medidas tomadas pelo Lollapalooza Brasil, que ao invés de cancelar a edição 2020, lançou ela para dezembro desse mesmo ano. Acredita-se que essa escolha foi mais assertiva para a produção no intuito de segurar o line-up que comprou o público, mantendo os nomes Guns n’ Roses, Travis Scott e The Strokes.
Em uma recente matéria da Rolling Stone, foi revelado como os mercadores de materiais promocionais de bandas estão lidando com a falta de espetáculos, e consequentemente, com a falta de vendas. Um dos entrevistados, Dominic Varacallo, explicou, com poucas palavras, o sentimento da situação. “Se as pessoas não se sentirem confortáveis saindo de casa até que haja uma vacina, ninguém aparecerá. E como um comerciante, se não houver ninguém lá, estamos realmente ferrados”, diz Varacallo.
Na Espanha, hoje (29), foi confirmado o relaxamento das medidas de isolamento social. Porém, os festivais dentro do país manterão a escolha do cancelamento. Segundo o diário La Razón, o país está definindo prazos para recuperar a normalidade, e apenas no terceiro momento, permitirá eventos com menos de 800 pessoas, sentadas e com distância segura entre elas. Essa medida só entrará em vigor ao fim de junho. Em Portugal ainda não há qualquer informação ou atitude do governo.
Apesar da situação parecer crítica, já que diversos eventos únicos foram lançados para o ano que vem, alguns fãs estão encarando 2021 como o ano da revolução artística, principalmente pela super exposição cultural que irá acontecer de uma vez só, basicamente como uma celebração mundial depois de um momento tão forte e delicado quanto a pandemia de covid-19. O que todos os festivais concordam é que, os fãs devem se resguardar ficando em casa e respeitando a quarentena. Pense em sua saúde, o show não pode parar, mas pode esperar.
SALA DE BATE PAPO