Filadélfia se prepara para protestos em dia de debate entre Kamala e Trump

Por Dan Fastenberg e Kevin Fogarty e Jarrett Renshaw

FILADÉLFIA (Reuters) - A Filadélfia é a terra natal da independência dos EUA, a 'Cidade do Amor Fraternal' e o local de nascimento do amado boxeador 'Rocky' Balboa do cinema. Agora, a cidade da Pensilvânia vai voltar ao centro do palco quando Kamala Harris e Donald Trump se encontrarem em um debate televisivo que pode ter impactos profundos na eleição de novembro para a Presidência dos EUA.

Os dois, que nunca se encontraram pessoalmente, vão se enfrentar às 21 horas no horário do leste dos EUA (22h no horário de Brasília) para um debate de 90 minutos organizado pela ABC News.

A polícia se prepara para manifestações, com grupos pró-palestinos irritados com o continuado apoio de Kamala à Israel. Barricadas foram levantadas ao redor do Centro Nacional da Constituição, o local do debate, bloqueando acesso à área histórica que inclui o sino da liberdade e o hall da independência, onde a constituição do país foi assinada.

Enquanto isso, vários dos bares da cidade e universidades estão planejando criar festas para acompanhar o debate. Os principais democratas vão se encontrar em um hotel em evento que Kamala deve participar depois do fim do debate. Já os planos de Trump depois do debate não foram divulgados.

Na segunda-feira de tarde, um avião sobrevoou o time de baseball Phillies com uma faixa que dizia: 'Não seja eliminado com Trump, aposte em K. Harris'.

Alguns moradores da Filadélfia disseram ter esperança de aprender mais sobre Kamala.

'Não estava, tipo, muito impressionado com ela em 2020, quando ela esteve nos debates e nas primárias”, disse Dan Bessler, vendedor e morador da Filadélfia. 'Mas ela é uma promotora. Acho que ela vai se sair melhor do que o Biden conseguiu por conta da idade dele.'

O fraco desempenho do presidente Joe Biden contra Trump em junho essencialmente acabou com sua carreira política, levando poderosos democratas a convencê-lo a desistir da reeleição e permitir que Kamala Harris, a vice-presidente, concorra em seu lugar.

Desde então, Kamala quebrou recordes de captação de recursos e trouxe um entusiasmo renovado ao partido, mas as pesquisas de opinião indicam uma corrida apertada com Trump.

Com 19 votos no colégio eleitoral, a Pensilvânia é o maior prêmio entre os estados-chave que devem decidir a eleição. A maior parte dos especialistas preveem que quem vencer no estado vai ganhar a Casa Branca.

Historicamente, os democratas vencem na Pensilvânia ao aproveitar grande vantagem na Filadélfia, que compensa as derrotas no restante do estado.

(Reportagem de Jarrett Renshaw, Dan Fastenberg e Kevin Fogarty; texto de Heather Timmons)