FLIP 2015
“Apesar da crise, a literatura venceu. Viva a literatura!” (Marcelino Freire)
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Aconteceu entre os dias 1 e 5 de julho, a 13ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, que reuniu 43 autores na programação principal. O homenageado deste ano foi o multi-talentos Mário de Andrade, que teve a vida e obra apresentadas com muita paixão pelos convidados. A escolha do artista foi considerada oportuna pela organização do evento, pois a Flip conversa com questões levantadas e desenvolvidas pelo escritor. Como intelectual e gestor público, Mário abordou durante a vida a convivência entre o popular e o erudito, e a preservação de patrimônios históricos – tanto materiais quanto imateriais.
As conversas entre autores, público e imprensa aconteceram em mesas abertas, abordando temas como arte, cultura, música e sociedade. O evento teve transmissão ao vivo em streaming de todas as sessões principais e atualizações de redes sociais em tempo real.
Numa união de tecnologia e literatura, o evento disponibilizou ao público telões de exibição dos autores. Algumas cadeiras do lado de fora permitiam aos passantes também acompanhar os encontros. A chuva durante todo o fim de semana não impediu que o público externo prestigiasse a Festa da Literatura.
Pelas ruas de Paraty
As ruas desuniformes de pedra polida do Centro Histórico receberam ainda os principais personagens desta época de festa. Enquanto cantores e poetas recitavam poemas pelas esquinas, podia-se notar a presença de estrangeiros que registravam os momentos com seus gadgets tecnológicos. Artesãos de todos os tipos, malabaristas, estátuas-vivas, autores e integrantes da sociedade cultural, entusiastas e até mesmo índios também formavam o público das ruas.
Mesmo com todo esse movimento, a queda no número de turistas na cidade foi notada pela população. O comércio e os serviços de hospedagem local sentiram o impacto da crise econômica no país, que tem feito com que as pessoas cortem gastos com lazer e cultura. A programação enxuta por conta da diminuição dos patrocínios, que esse ano chegou a 7,44 milhões de reais, restringiu ainda mais os entusiastas – que chegaram ao número de 20 mil. Outro fator preocupante é a violência na cidade de Paraty, que aumenta a cada ano e assusta os turistas.
Escrito por Ugor Feio
SALA DE BATE PAPO