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Futuro político de Trump fica em risco após ataque ao Capitólio, dizem assessores

Placeholder - loading - Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa em comício em Washington 06/01/2020 REUTERS/Jim Bourg
Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa em comício em Washington 06/01/2020 REUTERS/Jim Bourg

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Por Jeff Mason

WASHINGTON (Reuters) - O violento ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do presidente Donald Trump e sua longa recusa em aceitar os resultados das eleições de 2020 colocam em risco o futuro político do presidente e prejudicam as perspectivas de seus principais aliados e familiares, disseram autoridades atuais e antigas do governo.

O presidente republicano acenou com a possibilidade de concorrer à Presidência em 2024, e agentes políticos previam que ele exercesse influência sobre o Partido Republicano nos próximos anos.

Mas seu comportamento na quarta-feira --incitando apoiadores a marcharem até o Capitólio para encorajar parlamentares a derrubar a vitória do democrata Joe Biden na eleição de 3 de novembro e, em seguida, não pedir rapidamente que parassem após a violência-- frustrou pessoas que trabalham e trabalharam com Trump e, segundo eles, mudou a equação sobre sua relevância pós-Presidência.

'Foi um abandono do dever como comandante-em-chefe e acredito que ele está mortalmente ferido na carreira política daqui para frente', disse na quinta-feira um ex-funcionário da Casa Branca que trabalhou para Trump. 'Ele tem sangue em suas mãos desde ontem.'

Apoiadores de Trump invadiram o Capitólio, empurraram a polícia e vagaram pelo prédio, forçando os legisladores e o vice-presidente Mike Pence a deixarem o prédio. Uma mulher morreu após ser baleada pela polícia; três outras pessoas morreram de emergências médicas e um policial morreu em decorrência dos ferimentos sofridos após confronto com os invasores.

'Não há recuperação do que aconteceu. Foi uma sedição. Não vejo como haver futuro', disse outra ex-autoridade do governo, referindo-se a Trump e seus principais assessores. 'Acho que os membros do gabinete que ficaram e que não estão se manifestando agora, ou mesmo renunciando silenciosamente, terão uma mancha para sempre.'

O antigo funcionário do governo destacou o secretário de Estado Mike Pompeo, um acólito de Trump que pode ter ambições presidenciais, por não fazer mais para condenar o que aconteceu. Pompeo publicou um tuíte no qual chamou a violência de 'inaceitável'. O Departamento de Estado não quis comentar mais.

A secretária de Transportes dos EUA, Elaine Chao, anunciou na quinta-feira que renunciaria, assim como a secretária de Educação, Betsy DeVos, que citou o impacto da retórica de Trump em estimular o tumulto no Capitólio. Outros funcionários de nível inferior do governo também anunciaram suas saídas, a cerca de duas semanas do fim do governo Trump.

O mais perto que o presidente chegou de uma concessão foi em uma declaração em vídeo na noite de quinta-feira, na qual ele prometeu trabalhar para uma transferência tranquila de poder para o novo governo e chamou a violência no Capitólio de um 'ataque hediondo'.

Mas o discurso veio tarde e após a intervenção de sua filha, Ivanka, de acordo com uma atual autoridade da Casa Branca, que observou que o golpe político dos eventos da semana se estenderia a seus familiares, como a nora Lara Trump, uma potencial candidata ao Senado dos Estados Unidos pela Carolina do Norte.

Os ex-funcionários que falaram à Reuters para esta reportagem apoiaram amplamente o presidente, mesmo depois de deixarem seus cargos.

Escrito por Reuters

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