Futuros despencam com temores de recessão após tarifas dos EUA
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Por Sruthi Shankar
(Reuters) - Os futuros dos principais índices de Wall Street despencavam nesta quinta-feira, depois que as tarifas abrangentes impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a parceiros comerciais aumentavam os temores de uma guerra comercial que poderia levar a economia global a uma recessão.
As ações globais despencavam, os títulos governamentais saltavam e o ouro atingiu uma máxima recorde, uma vez que Trump impôs uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos importados para os EUA e taxas muito mais altas sobre dezenas de rivais.
O futuro do S&P 500 caía 3,47%, enquanto o contrato futuro do Nasdaq 100 tinha queda de 3,87%, e o futuro do Dow Jones recuava 2,89%.
A Apple afundava 7,1%, atingida por uma tarifa agregada de 54% sobre a China - a base de grande parte de sua fabricação. A Microsoft recuava 2,2% e a Nvidia caía 4,4%.
'Tarifas país por país são uma 'tática de negociação' que manterá os mercados no limite em um futuro próximo', disse Adam Hetts, chefe global de multiativos e gerente de portfólio da Janus Henderson Investors.
'Vimos que o governo tem uma tolerância surpreendentemente alta para a dor do mercado... agora a grande questão é quanta tolerância ele tem para a verdadeira dor econômica à medida que as negociações se desenrolam.'
Os varejistas eram duramente atingidos, com a Nike caindo 9,1% e o Walmart perdendo 5,8% depois que Trump impôs uma série de novas tarifas sobre os principais centros de produção, incluindo Vietnã, Indonésia e China.
Grandes bancos, como o JPMorgan Chase & Co, o Citigroup e o Bank of America, que são sensíveis aos riscos econômicos, caíam mais de 3% cada.
A confiança entre os investidores de Wall Street já vinha se deteriorando nas últimas semanas devido às preocupações de que as tarifas prejudicarão a economia dos EUA e estimularão a inflação.
Operadores aumentaram as apostas de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros pelo menos três vezes neste ano, sendo que um quarto corte até o final do ano é um resultado cada vez menos improvável.
Escrito por Reuters