Galípolo entra no radar do governo para diretoria do BC, dizem fontes
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BRASÍLIA (Reuters) - Os planos do governo para compor a diretoria do Banco Central agora contam com uma possível indicação do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, braço-direito do ministro Fernando Haddad e nome de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto.
O nome poderia ser apresentado até o final do ano ao Senado, responsável por avaliar e aprovar candidatos às diretorias do BC, afirmaram as fontes, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas.
De acordo com uma delas, a indicação poderia servir como uma escada de ascensão para Galípolo na autarquia, uma estratégia para testar a viabilidade de que ele futuramente substitua Roberto Campos Neto na presidência da autoridade monetária após o encerramento de seu mandato, em dezembro de 2024.
Número dois de Haddad no Ministério da Fazenda, o ex-presidente do Banco Fator conta com a confiança de Lula e é presença recorrente em agendas com o mandatário no Palácio do Planalto.
Entre as negociações feitas ativamente pelo secretário estão o novo marco legal das parcerias público-privadas, o arcabouço fiscal e a medida para fechar o cerco a sites chineses de comércio eletrônico -- esta última acabou descartada pelo governo após pressão contrária política por se tratar de uma medida impopular.
Outras sugestões avaliadas pelo governo para diretorias do BC também são atribuídas a Galípolo, como Rodolfo Fróes, que atuou no Banco Fator. Seu nome chegou a receber o aval de Lula para o cargo de diretor de Política Monetária, mas foi colocado em reavaliação após críticas do mercado e de membros do PT.
Em entrevista à rádio CBN nesta sexta-feira, Haddad afirmou que o governo não antecipa esse tipo de decisão, mas fez elogios a Galípolo, afirmando que ele poderia assumir 'qualquer função' dentro do governo.
Duas vagas no BC, as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização, já estão abertas para indicação de Lula após o término do mandato dos diretores Bruno Serra e Paulo Souza. Em dezembro, serão encerrados os mandatos dos diretores de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Maurício Moura, e de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Fernanda Guardado.
Em meio a críticas reiteradas de Lula à política de juros do Banco Central, com a Selic em seu nível máximo em seis anos, o mercado acompanhará de perto as indicações às diretorias da autarquia para avaliar se os nomes do novo governo poderão representar algum tipo de ruptura ou de oposição às visões de Campos Neto.
(Por Bernardo Caram, Marcela Ayres e Lisandra Paraguassu)
Escrito por Reuters
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