Governo apresenta programa de distribuição de imóveis da União para habitação e políticas públicas
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BRASÍLIA (Reuters) - O governo Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta segunda-feira um programa que destinará imóveis da União para iniciativas de habitação e outras políticas públicas, como regularização fundiária, urbanização, construção de escolas e unidades de saúde, instalações de infraestrutura e parcerias com o setor privado.
O Programa de Democratização dos Imóveis da União, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, busca dar utilidade e valorizar imóveis e terrenos desocupados ou subutilizados, acabando com a lógica adotada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que priorizava a venda desses bens.
'O programa vai substituir o modelo antigo de somente fazer caixa. Em muitas vezes a alienação se dava a preços questionáveis, vamos substituir pela lógica de garantir função social dos imóveis, que haja capacidade de gerar emprego, construir moradias, escolas, unidades de saúde, equipamentos urbanos', disse Costa em entrevista à imprensa.
No evento, no Palácio do Planalto, Lula assinou dois decretos para estruturar o programa, definir prioridades na destinação dos imóveis e autorizar a transferência de prédios do INSS à Secretaria de Patrimônio da União sem necessidade de recomposição do Fundo Geral de Previdência.
O presidente disse que o ato desta segunda-feira 'não é bem um lançamento' porque imóveis já foram cedidos pelo governo em 2023 e no início deste ano. Segundo ele, o governo agora intensificará a distribuição desses bens.
De acordo com a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, foram feitas no ano passado 264 entregas espalhadas pelo país, sendo 53 para habitação, 9 para regularização fundiária, 201 para políticas públicas estratégicas e um grande terreno para múltiplos usos.
Sobre os próximos passos, a ministra afirmou que mais de 500 imóveis estão atualmente em estudo para destinação ao programa. A ministra disse ainda que somente o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem 3.213 imóveis não operacionais e que também poderão ser destinados para essa finalidade.
Segundo ela, alguns imóveis que já estão atualmente ocupados por movimentos sociais passarão por regularização a partir de iniciativas no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida.
De acordo com a ministra, será possível liberar quase 6.000 unidades habitacionais com os imóveis já selecionados para destinação ao programa.
Em relação às parcerias com o setor privado, a ministra afirmou que empresas serão chamadas para leilões nos quais haverá uma espécie de permuta para a execução das obras de habitação e de outros equipamentos sociais. Além disso, o governo abrirá editais para que o setor privado proponha projetos para grandes terrenos e empreendimentos.
Dweck disse que conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que teria concordado com a avaliação de que não é eficiente vender imóveis da União para gerar arrecadação, já que, segundo ela, esse patrimônio alienado muitas vezes gerava recursos que eram convertidos em gastos correntes.
(Por Bernardo Caram)
Escrito por Reuters
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