Guedes defende privatizações e diz que forma de fazer política mudou
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Por Luciano Costa
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta sexta-feira a privatização de estatais, afirmando que a forma de fazer política mudou e que está recebendo apoio dos militares nesse movimento.
Guedes afirmou, durante apresentação em evento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre desestatizações no setor elétrico, que o exemplo de distribuidoras da Eletrobras é um caso excelente e que deve ser referência para os próximos programas de privatizações.
'Eu falava que tinha que vender todas (as estatais), mas naturalmente nosso presidente e nossos militares às vezes olham para algumas delas com carinho, porque eles criaram elas como filhos desde lá atrás. Só que eu estou dizendo: olha só, seus filhos fugiram e estão drogados', disse Guedes no Rio de Janeiro.
'Mas eles (os militares) têm sido extraordinários no apoio, não recebi nunca uma admoestação', completou, referindo-se a integrantes do ministério do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o ministro, a classe política já entendeu as mudanças em relação às estatais, afirmando que não vão mais alimentar uma forma equivocada de fazer política, e explicou que está tendo a melhor interlocução possível e que a classe está disposta a apoiar.
'Os partidos que se organizem em torno desses valores. E não é uma política alimentada com votos de mercenários comprados através de posições em estatais. Esse modelo esta morrendo', disse.
Para Guedes, os Estados e municípios em dificuldades financeiras ajudarão no processo, abastecendo o 'pipeline' do banco para as privatizações.
'Uma vez vendido esse ativo o dinheiro volta, transfere para outras diretorias que estão ajudando a reestruturar Estados e municípios. Acho que tem um futuro de muito trabalho pela frente, mas tenho certeza que vamos fazer', disse.
Escrito por Thomson Reuters