Hackers ligados à agência de espionagem russa reivindicam ataque cibernético à rede móvel ucraniana

Por James Pearson e Alexander Marrow

LONDRES (Reuters) - Um grupo de hackers que Kiev acredita ser afiliado à inteligência militar russa assumiu nesta quarta-feira a responsabilidade por um ataque digital que derrubou a maior operadora de rede móvel da Ucrânia.

O ataque de terça-feira à Kyivstar, que tem 24,3 milhões de assinantes móveis e mais de 1,1 milhão de usuários domésticos de internet, interrompeu serviços, danificou infraestruturas de TI e silenciou sistemas de alerta de ataques aéreos em algumas partes da Ucrânia.

Um grupo de hackers ativistas, ou “hacktivistas”, chamado Solntsepyok, disse em uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram que executou o ataque digital e publicou capturas de tela que parecem mostrar que os hackers acessaram os servidores da Kyivstar.

A Rússia tem negado repetidamente estar por trás de tais ataques digitais.

O Serviço Estatal de Comunicações Especiais e Protetorado de Informação da Ucrânia (SSSCIP) disse em um comunicado que estava investigando o incidente com a agência de inteligência doméstica SBU.

“A responsabilidade pelo ataque cibernético foi assumida por um dos grupos russos cujas atividades estão associadas à diretoria principal do Estado-Maior General das Forças Armadas da Federação Russa”, diz a nota, fazendo referência à agência de inteligência militar russa GRU.

“Isto confirma mais uma vez o uso do ciberespaço pela Rússia como um dos domínios da guerra contra a Ucrânia”, afirmou a nota, sem nomear o grupo que assumiu a responsabilidade.

(Reportagem adicional de Yuliia Dysa em Kiev)