Haddad diz que governo pode rever mais uma vez projeção para PIB de 2024
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(Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode rever mais uma vez a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto de 2024.
Em participação no evento Macro Day, do Itaú BBA, Haddad também disse que a inflação deste ano pode ficar dentro da banda de tolerância da meta, apesar de o que chamou de choques recentes.
Diante de surpresas positivas na atividade, o Ministério da Fazenda elevou em setembro sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 a 3,2%, ante estimativa anterior de 2,5%.
“Talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano', disse.
'A inflação, mesmo com o choque de oferta importante por falta d’água, que impacta produção de alimentos e energia elétrica, o desastre que aconteceu no Rio Grande do Sul, mesmo com esses choques todos... há alguma perspectiva de a inflação ficar dentro do teto”, disse Haddad no evento.
Para ele, se o governo tiver a inteligência de calibrar e restringir despesas públicas e garantir receitas, o país terá capacidade de crescer de forma sustentada.
No evento, o ministro classificou como “irracional” o fato de o Tesouro Nacional estar pagando uma taxa real de 6,5% a 7% para remunerar investidores que aplicam nos títulos da dívida pública.
Ele argumentou que o país está com um déficit fiscal muito menor do que antes, retirando impulso fiscal da economia, e tem uma inflação “relativamente comportada”.
Apesar da avaliação, ele ponderou que as compensações oferecidas pelo Senado para a desoneração da folha de empresas não serão suficientes para atender à decisão do Supremo Tribunal Federal e, por isso, será necessário fazer um debate com o Congresso sobre o tema até o fim do ano.
Na avaliação do ministro, o governo tem todas as razões para imaginar que o país terá “boas surpresas” a partir do ano que vem, defendendo que poderá alcançar o grau de investimento se defender a arquitetura do arcabouço fiscal.
(Por Bernardo Caram, em Brasília; Reportagem adicional de Eduardo Simões)
Escrito por Reuters
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