Hamas entrega corpos de quatro reféns e Israel liberta prisioneiros palestinos
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JERUSALÉM (Reuters) - O Hamas entregou os cadáveres de quatro reféns israelenses enquanto esperava que centenas de prisioneiros palestinos fossem libertados por Israel, na mais recente troca acordada por uma frágil trégua em Gaza.
O cessar-fogo entrou em vigor em 19 de janeiro e tem sido cumprido no geral, apesar de vários revezes. Mas sua primeira fase deve terminar nesta semana e o destino da próxima, que busca encerrar a guerra, permanece incerto. O Hamas afirmou que não recebeu nenhuma proposta até o momento.
Após dias de impasse, mediadores egípcios garantiram a entrega dos últimos quatro cadáveres de reféns da primeira fase do acordo em troca de 620 palestinos detidos por forças israelenses em Gaza ou em Israel.
O Hamas entregou quatro corpos para a Cruz Vermelha, disse uma fonte de segurança israelense à Reuters. O Hamas havia identificado os mortos à Cruz Vermelha como Tsachi Idan, Itzhak Elgarat, Ohad Yahalomi e Shlomo Mantzur, todos sequestrados durante o ataque de 7 de outubro de 2023 a um kibutz perto de Gaza.
A entrega não incluiu uma cerimônia do Hamas -- as cerimônias encenadas, nas quais reféns vivos e caixões com os restos mortais de reféns eram exibidos em um palco diante da uma multidão em Gaza, atraíram fortes críticas, inclusive da ONU.
Israel havia recusado a libertação de mais de 600 prisioneiros e detidos palestinos no último sábado, após o Hamas entregar seis reféns em uma cerimônia como essa.
Os detidos palestinos que devem ser libertados incluem 445 homens e 24 mulheres e menores presos em Gaza, além de 151 prisioneiros cumprindo prisão perpétua por ataques fatais contra israelenses, segundo uma fonte do Hamas.
Um ônibus com alguns dos prisioneiros libertados foi visto deixando uma prisão israelense na Cisjordânia. Um hospital em Gaza os receberá, de acordo com o Hamas.
A primeira fase do cessar-fogo incluiu a troca de 33 reféns israelenses no total por cerca de 2.000 prisioneiros e detidos palestinos, além da retirada de tropas israelenses de algumas posições em Gaza e de uma injeção de auxílio humanitário.
Mas com a trégua de 42 dias programada para terminar no próximo sábado, continua incerto se haverá uma extensão em que mais dos 59 reféns restantes sejam liberados ou se serão iniciadas as negociações para a segunda parte do acordo.
(Reportagem de Rami Amichay, Nafisa Eltahir, Yomna Ehab, Maayan Lubell, Ali Sawafta, Nidal al-Mughrabi; Reportagem adicional de Clauda Tanios e Jana Choukeir em Dubai, Emily Rose em Tel Aviv)
Escrito por Reuters