Honduras manda polícia às ruas para combater gangues
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Por Gustavo Placencia
(Reuters) - Após um mês de política de “punho de aço”, com o objetivo de reprimir a criminalidade do tráfico de drogas e das facções, a polícia hondurenha afirma que apreendeu centenas de armas e deteve suspeitos de serem membros de gangues.
Com sua política repressiva, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, usou poderes emergenciais para enviar as forças de segurança a comunidades com maiores índices de criminalidade.
Ela planeja colocar mais de 20 mil pessoas em uma nova superprisão.
A estratégia é uma versão “light” da tática usada pelo vizinho El Salvador. Lá, o presidente Nayib Bukele também suspendeu direitos constitucionais, implementou julgamentos em massa e prendeu cerca de 2% da população adulta e milhares de menores.
Em Honduras, há amplo ceticismo quanto à capacidade do governo de repetir os resultados salvadorenhos, onde as taxas de criminalidade caíram.
“Infelizmente, eles estenderam a medida (de emergência) para obter resultados, mas nos perguntamos: quais resultados a polícia realmente espera e quais resultados os cidadãos esperam?”, disse o advogado e especialista de segurança Saul Bueso. “Eles afirmam que os massacres diminuíram, que os assaltos caíram, mas quando lemos os jornais vemos que os massacres e assassinatos continuam.”
Cidadãos que já viram governos passados fracassarem com a mesma tática permanecem céticos.
“Punho de ferro? Não acredito”, disse Norma Ochoa na capital, Tegucigalpa. “Em termos de assassinatos, mortes, criminalidade, estamos sofrendo com muitas coisas e hoje Deus é o único que nos sustenta.”
Escrito por Reuters
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