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IBC-Br cresce mais que o esperado em setembro, mas tem perda de força no trimestre com alta de 1,1%

Placeholder - loading - Sede do Banco Central, em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central, em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado

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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira encerrou o terceiro trimestre com crescimento de 1,1%, de acordo com dados do Banco Central, mostrando dinamismo da economia com resultado acima do esperado em setembro embora aponte tendência esperada de arrefecimento no segundo semestre.

O dado do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), foi divulgado nesta quinta-feira pelo BC, mostrando que o mês de setembro apresentou expansão de 0,8% em relação a agosto, em dado dessazonalizado.

A leitura do mês ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5% e foi a mais forte desde junho, marcando aceleração ante o crescimento de 0,2% de agosto, em dado não revisado pelo BC.

Já a alta trimestral ficou ligeiramente mais fraca do que o resultado do segundo trimestre, depois de o IBC-Br ter mostrado expansão de 1,25% entre maio e junho. No primeiro trimestre, o índice avançou 1,61%.

Os dados do IBC-Br mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice teve alta de 5,1% em setembro, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,0%, segundo números observados.

'Os números de setembro corroboram a percepção de sustentação de um ritmo de crescimento ainda elevado para a economia, de modo que a economia brasileira deve apresentar uma desaceleração mais lenta do que a antecipada pelo mercado', avaliou a Genial Investimentos em nota, calculando crescimento do PIB no terceiro trimestre de 0,8% sobre o período anterior.

'Se, por um lado, essa robustez contribui para que a economia surpreenda e apresente um ritmo de crescimento mais próximo de 3,5% em 2024, por outro, se mostra um importante fator de risco inflacionário.

A economia mostrou resultados melhores do que o esperado no primeiro semestre em meio a um mercado de trabalho forte, inflação controlada e aumento da renda, surpreendendo analistas. Mas a expectativa agora é de perda de força diante da redução dos estímulos fiscais e da taxa básica de juros elevada.

Ainda assim, as preocupações com a inflação devido à economia aquecida permanecem e o Banco Central já elevou a taxa básica de juros Selic para 11,25%, com expectativa de novo aumento em dezembro.

O IBGE divulgará em 3 de dezembro os números do PIB do terceiro trimestre. Entre abril e junho, a economia brasileira expandiu 1,4% na comparação com o primeiro trimestre, segundo os dados do instituto de pesquisa.

Em setembro, a produção industrial brasileira cresceu 1,1% sobre o mês anterior e ficou acima do esperado, assim como o volume de serviços, que aumentou 1,0% no mês.

As vendas varejistas também aumentaram em setembro, mas o ritmo de 0,5% ficou bem abaixo da expectativa.

'Os dados recentes reforçam o cenário base do Banco Central de dinamismo maior do que o esperado do nível de atividade e expressam sua característica pulverizada em toda a economia, com vetores de impulso por parte da demanda e da oferta. Também corroboram a perspectiva de uma condução de política monetária vigilante por parte da instituição', avaliou a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta.

O Ministério da Fazenda prevê que o PIB brasileiro crescerá 3,2% em 2024. Já o BC divulgará suas novas estimativas em dezembro --a última projeção é de crescimento de 3,2% este ano.

Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostra que a expectativa para a expansão do PIB este ano é de 3,10%, indo a 1,94% em 2025.

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

Escrito por Reuters

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