Atividade econômica surpreende e cresce em outubro, mas perde força, mostra BC
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Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A atividade econômica teve crescimento em outubro, iniciando o quarto trimestre com um resultado inesperado ainda que com perda de força, mostraram dados do Banco Central nesta sexta-feira.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou alta de 0,1% em outubro sobre o mês anterior, em dado dessazonalizado.
O resultado foi o terceiro seguido no azul e frustrou expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,2%. No entanto, mostrou desaceleração depois de alta de 0,9% em setembro, em dado revisado pelo BC de ganho de 0,8% informado antes.
Os dados do IBC-Br mostram ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o índice teve alta de 7,3% em outubro, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,4%, segundo números observados.
Em outubro, tanto o setor de serviços quanto o de varejo tiveram desempenho positivo, segundo dados do IBGE divulgados anteriormente. As vendas varejistas surpreenderam com uma alta de 0,4% sobre o mês anterior, enquanto o volume de serviços aumentou 1,1%, mais do que o esperado.
Por outro lado, a produção industrial frustrou as expectativas com uma queda de 0,2% no mês.
'A leitura positiva (do IBC-Br) não refletiu totalmente os resultados da atividade econômica de outubro, que apresentaram desempenhos positivos mais intensos', avaliou o economista do Santander Gabriel Couto.
O banco elevou sua projeção de expansão do PIB no quarto trimestre a 0,4% sobre os três meses anteriores, de 0,1% antes, calculando que o ano terminará com crescimento de 3,5%, de 3,4% anteriormente.
No terceiro trimestre, o PIB brasileiro desacelerou e expandiu 0,9%, de acordo com dados do IBGE divulgados no início do mês, mas ainda mostrou uma economia aquecida mesmo diante da política monetária contracionista. A expectativa é de que a economia siga enfraquecendo no quarto trimestre, mas ainda com ganhos.
A economia aquecida vêm mantendo as preocupações com a inflação no país, e o Banco Central acelerou nesta semana o ritmo de aperto nos juros e elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, surpreendendo ao prever mais duas altas da mesma magnitude à frente.
'Ao longo de 2024 diversos vetores impulsionaram a atividade econômica, com destaque para a taxa de desemprego em mínima histórica, aumento dos salários, melhores condições de acesso para o crédito e uma forte elevação dos benefícios sociais', disse o economista da Suno Research, Rafael Perez.
'Esse cenário tem possibilitado uma maior expansão dos setores mais dependentes da renda e do consumo. Contudo, tem gerado cada vez mais pressões inflacionárias, piorando o balanço de riscos do Banco Central', completou.
Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central antes da decisão sobre os juros mostra que a expectativa para a expansão do PIB este ano é de 3,39%, indo a 2,0% em 2025.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
Escrito por Reuters
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