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IBC-Br fica estagnado em novembro e frustra expectativas para atividade

Placeholder - loading - Sede do Banco Central, em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central, em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado

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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) -A economia brasileira seguiu a passos lentos na metade do quarto trimestre de 2023 e ficou estagnada em novembro, mostraram nesta sexta-feira dados do Banco Central que corroboram a perspectiva de fraqueza no final do ano passado.

Em novembro, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) teve variação positiva de 0,01% na comparação com o mês anterior, segundo dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).

O resultado do mês ficou bem abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,10%, mas interrompe três meses seguidos em território negativo.

'Com o resultado de estabilidade em novembro, o IBC-Br reforça nossa leitura de uma atividade econômica ainda fragilizada. Mesmo com os indicadores setoriais apresentando resultados positivos em novembro, boa parte desse desempenho veio de atividades menos cíclicas, o que sugere um baixo dinamismo da atividade nesse momento', avaliou André Cordeiro, economista-sênior do Inter.

Ele ressaltou que as questões climáticas vistas em novembro --aumento da temperatura e efeitos climáticos relacionados ao fenômeno El Niño-- podem ter prejudicado o desempenho da agricultura, pesando sobre o resultado do IBC-Br.

Os dados mostram ainda que houve queda mais intensa da atividade em outubro, uma vez que o BC revisou o dado do IBC-Br para aquele mês a uma retração de 0,18%, de queda de 0,06% informada antes.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,19%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,31%, de acordo com números observados.

'Isso pode revisar o crescimento do PIB no ano para abaixo de 3%, mais próximo de 2,6%/2,7%', disse em nota o economista-chefe da Mirae Asset Brasil, Julio Hegedus.

Depois de surpreender no primeiro semestre de 2023 e mostrar resiliência no terceiro trimestre, analistas avaliam que a economia brasileira teria terminado o ano rondando a estagnação em meio aos efeitos dos juros elevados, ainda que o mercado de trabalho se mantenha apertado e a inflação tenha arrefecido.

O Banco Central passou a reduzir a Selic em agosto, depois de a taxa básica de juros ter chegado a 13,75%, levando-a ao atual patamar de 11,75%. A autoridade monetária volta a se reunir no final deste mês, com expectativa de novo corte de 0,5 ponto percentual.

A última pesquisa Focus realizada pelo BC com especialistas mostra que o mercado vê expansão do PIB em 2023 de 2,92%, caindo este ano a 1,59%, com a Selic a 9,0%.

O IBC-Br apresentou estagnação em novembro apesar de dados do IBGE terem mostrado que tanto a indústria quanto o varejo e os serviços tiveram resultados positivos.

A produção industrial apresentou avanço de 0,5% em relação ao mês anterior, enquanto as vendas varejistas avançaram 0,1% e o volume de serviços teve em novembro alta de 0,4%.

'Olhando à frente, a grande questão continua sendo a capacidade de resiliência do setor de serviços. É importante reconhecer que a intensidade da desaceleração de um setor importante da atividade econômica, de maior peso e com dinâmica tendendo a ser mais inercial, tem sido maior do que o esperado', disse Igor Cadilhac, economista do PicPay, calculando uma taxa de crescimento do PIB de 2,9% em 2023.

O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

(Edição de Luana Maria Benedito)

Escrito por Reuters

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