Ibovespa avança com exterior favorável e orbita 133 mil pontos
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, apoiado pelo ambiente favorável a ativos de risco no exterior, com as ações da JBS entre os destaques positivos após obter aprovação de regulador dos Estados Unidos para listar suas ações também no mercado norte-americano.
Por volta de 11h10 o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,84%, a 132.866,99 pontos, tendo alcançado 133.132,14 na máxima até o momento. O volume financeiro somava R$6,5 bilhões.
Investidores repercutem declarações da véspera do presidente dos EUA de que não tem intenção de demitir o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, bem como de que seria muito simpático nas negociações com a China e que as tarifas sobre as importações do país cairão significativamente após um acordo.
Em Nova York, o S&P 500 avançava 3,17%, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano recuava a 4,2994%, de 4,389% na véspera.
Na visão da Ágora Investimentos, os novos comentários de Donald Trump representam algum alívio em dois dos principais focos de tensão recentes. 'Diante de uma agenda econômica mais esvaziada (no Brasil), a influência externa deveria dar um tom mais positivo para os nossos negócios', citou em relatório.
DESTAQUES
- JBS ON avançava 6,83%, após a SEC, que regula o mercado de capitais norte-americano, aprovar o pedido de dupla listagem das ações da maior produtora de carnes do mundo. A operação que busca listar as ações nos EUA e no Brasil também depende da aprovação da contraparte brasileira, a CVM. Na véspera, o conselho de administração da JBS aprovou convocação para 23 de maio de assembleia extraordinária de acionistas sobre o plano. Se aprovado, a companhia estima o início da oferta das ações no mercado norte-americano a partir de junho.
- EMBRAER ON valorizava-se 3,4%, com agentes financeiros analisando dados divulgados na noite da véspera pela fabricante de aviões mostrando que a sua carteira de pedidos somou ao final do primeiro trimestre US$26,4 bilhões, crescimento de 25% sobre o valor apurado um ano antes e praticamente estável ante o final de 2024. A carteira de aviação comercial, principal segmento de negócios da Embraer, porém, somou US$10 bilhões, 10% abaixo do primeiro trimestre de 2024 e 2% menor que no quarto trimestre do ano passado.
- MRV&CO ON subia 2,65%, engatando o quarto pregão consecutivo de alta, em movimento que começou após evento da construtora com analistas e investidores no último dia 16. Na ocasião, o grupo estimou um crescimento de cerca de 17% no valor lançado este ano da sua principal operação, a MRV Incorporação, em comparação com o ano passado, bem como uma redução de seu estoque pago de terrenos para R$1 bilhão até o final de 2029, ante os R$2,4 bilhões registrados no quarto trimestre de 2024. Na B3, o índice do setor imobiliário avançava 1,41%.
- VALE ON registrava elevação de 2,43%, beneficiada pelo movimento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiu 2,11%, terminando as negociações do dia em 727,5 iuanes (US$99,73) a tonelada. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA subia 5,6%, CSN MINERAÇÃO ON ganhava 5,05%, CSN ON avançava 4,18% e GERDAU PN mostrava acréscimo de 2,62%.
- PETROBRAS PN avançava 2,13%, embalada pelo viés mais positivo na bolsa, relevando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedia 0,27%.
- BRADESCO PN subia 3,53%, puxando o desempenho positivo dos bancos no Ibovespa, seguido por BTG PACTUAL UNIT , em alta de 1,89%, SANTANDER BRASIL UNIT, com aumento de 1,56%, ITAÚ UNIBANCO PN, com valorização de 1,5%, e BANCO DO BRASIL ON, com acréscimo de 0,97%.
- CPFL ENERGIA ON recuava 1,03%, pelo segundo dia seguido no vermelho e entre as poucas quedas do dia. Na contramão, o índice do setor elétrico na B3 avançava 1,06%.
Escrito por Reuters